Motoristas e cobradores de ônibus da Grande Florianópolis fizeram uma paralisação de uma hora na manhã de hoje em protesto contra o que chamaram de "falta de segurança" por causa da onda de violência em Santa Catarina.
Desde o início dos atentados, em 30 de janeiro, a Polícia Militar já registrou 98 ocorrências em 30 cidades - 37 casos são de ônibus queimados.
Em reunião nesta manhã, os motoristas anunciaram que vão parar de circular a partir das 19h. Em uma nova reunião à tarde irão decidir se a paralisação vai começar nesta quinta ou sexta-feira.
"Nós não estamos nos sentindo seguros, por isso decidimos parar. Vamos nos reunir novamente e, se a categoria entender que devemos parar depois das 19h, vamos parar", disse o sindicalista Antônio Carlos Martins.
O transporte coletivo opera com restrições em Florianópolis desde o início dos atentados: a partir das 20h, os ônibus só saem dos terminais com escolta policial, e, às 23h, param de rodar.
A Prefeitura de Florianópolis informou que pretende alugar mais 20 carros para aumentar o número de escoltas e impedir novas restrições nas linhas.
Essa frota se somaria aos 15 carros alugados na semana passada e repassados à Polícia Militar, que diz ter efetivo mas não ter carros suficientes para todas as escoltas solicitadas.
Por dia, segundo o sindicato das empresas, 330 mil pessoas usam o transporte coletivo na Grande Florianópolis.
A paralisação dos motoristas coincidiu com a volta às aulas na rede estadual.
Ataques O número de ataques em Santa Catarina chegou a 98. O último foi registrado em Tubarão na madrugada desta quinta-feira (14). Suspeitos atearam fogo em um caminhão, que estava estacionado em frente a uma residência. O veículo ficou parcialmente danificado, de acordo com o jornal Diário Catarinense.
A onda de violência em Santa Catarina já dura 16 dias e atingiu 30 cidades. Na quarta-feira, um ônibus foi parcialmente queimado em Florianópolis e um adolescente foi apreendido quando tentava atear fogo a veículo no bairro Ponte do Imaruim, em Palhoça (região metropolitana).
Transferência de presos
O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reuniram na quarta-feira, em Florianópolis, para definir como será a transferência de presos que comandam ações criminosas como os ataques que atingem o estado de Santa Catarina há 15 dias de dentro do sistema prisional para unidades de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Os presídios federais estão localizados em municípios do Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Paraná, Brasília e Rondônia.
Por uma questão de segurança, o governo do estado não irá divulgar quando deverá ocorrer a transferência e nem o número de detentos que devem ser levados para unidades federais. "O sigilo é fundamental e estratégico para o sucesso desse tipo de operação", destacou Raimundo Colombo. As autoridades não descartam também a possibilidade da presença da Força Nacional de Segurança em Santa Catarina. para unidades de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) em presídios federais. A logística e quantidade de vagas, no entanto, não foram discutidas no encontro. Apenas que as unidades federais ficam nos estados do Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Paraná, Brasília e Rondônia.
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