Encontro
Os secretários de Segurança de diversos estados brasileiros participam, nesta quarta-feira (1º), de um encontro em Brasília para debater as operações realizadas na última semana no Rio de Janeiro e os desdobramentos desta ação policial.
A reunião ocorre na sede da Subsecretaria de Operações de Segurança Pública do Distrito Federal. Os estados deverão definir estratégias conjuntas de combate ao tráfico de drogas. Nas operações deflagradas no Conjunto de Favelas do Alemão e na Vila Cruzeiro, foram apreendidas cerca de 42 toneladas de maconha, cocaína e outras drogas, índice muito superior ao total de apreensões realizada no Rio em todo o ano passado.
Outro ponto debatido na reunião é a prevenção para se evitar a migração de traficantes para outros estados. "Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, que fazem divisas com o Rio, são os primeiros estados que os criminosos vão procurar", opinou o secretário de Segurança Pública do Paraná, coronel Aramis Linhares Serpa, em entrevista à Agência Estadual de Notícias (AEN), órgão oficial do governo.
"O Paraná também está preparado no dia a dia e foi reforçado com a criação de novas unidades e a transformação de outras que estão prontas para dar resposta, caso os criminosos venham para cá", declarou Serpa.
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A facção criminosa Comando Vermelho (CV) teria dado ordem de compra de fuzis, por meio de uma advogada, dentro da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Oeste do Paraná. A informação foi divulgada no início da tarde desta quarta-feira (1) pelo site Folha.com, da Folha de São Paulo. De acordo com a reportagem, o setor de inteligência do presídio apurou que a advogada Beatriz da Silva Costa teria recebido, em março passado, a mensagem para comprar 13 fuzis no Paraguai.
O "relatório de áudio e vigilância" do presídio aponta que, no dia 30 de março, um dos líderes do CV, que estava preso em Catanduvas, pediu para Beatriz comprar "13 perfumes, devagar, não precisando ser todos de uma vez". O episódio serviu para a direção da penitenciária proibir a visita da advogada aos presos. A medida, no entanto, segundo a reportagem, foi revogada no fim de outubro por exigência do interno, o traficante Marco Antonio Firmino, o My Thor.
Também de acordo com a Folha, a diretoria do Sistema Penitenciário Federal informou que não havia como impedir o preso ter acesso ao advogado, já que este é um direito constitucional. A penitenciária de Catanduvas tem autorização judicial para gravar imagens e as conversas entre presos e seus advogados.
Ataques
Também existe a suspeita de que as ordens para que carros fossem incendiados no Rio partiram do presídio de Catanduvas. Chefes de facções criminosas teriam enviado o comunicado a seus aliados nas favelas cariocas por meio de bilhetes entregues durante visitas no presídio federal. Os ataques representariam uma represália à implantação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
A ação conjunta dos criminosos foi iniciada no dia 21 e durou uma semana. A polícia organizou uma megaoperação que atacou os criminosos nas favelas da Penha. A Vila Cruzeiro foi controlada, o que provocou a fuga em massa de mais de uma centena de criminosos que se esconderam no Conjunto de Favelas do Alemão. No último fim de semana, as forças de segurança realizaram o cerco ao conjunto.
Transferências
Desde o início das operações no Rio de Janeiro, os principais traficantes detidos tem sido transferidos para a Penitenciária de Catanduvas. Nesta quarta-feira (1º), a Justiça Federalautorizou a transferência de seis homens presos nas Favelas do Alemão.
Ficarão detidos no Oeste do Paraná Ricardo Severo, o Faustão; Emerson Ventapane da Silva, o Mão; Emerson Siqueira Rosa, o Neguinho; Marcos Vinícius da Silva, o Lambar; Tássio Fernando Faustino, o Branquinho; e Elizeu Felício de Souza, conhecido como Zeu, que foi condenado pela morte do jornalista Tim Lopes.
Outros 20 presos já haviam sido transferidos para Catanduvas na última semana. No entanto, outros 13 detentos que estavam no complexo deixaram o local e foram encaminhados para a Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Entre os presos que deixaram Catanduvas estão líderes das principais facções criminosas do Rio como Márcio Amaro de Oliveira, o Marcinho VP, Marcos Antônio Firmino da Silva, o My Thor, e Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco.
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