O ônibus exclusivo para mulheres recebeu o apelido de Panterão, em referência à Pantera Cor-de-Rosa. Obs: a cor do ônibus na foto foi modificada digitalmente| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo/Osvalter Urbinati (design)

O projeto que cria o "Panterão", ônibus exclusivo para mulheres no transporte público de Curitiba, foi aprovado na comissão de Legislação e Justiça (CLJ) da Câmara. A proposta, apresentada pelo vereador Rogério Campos (PSC), prevê que as empresas de ônibus disponibilizem 20% da frota de biarticulados e ligeirinhos para uso exclusivo de mulheres, nos horários de pico. A proposta ainda deve passar por outras comissões antes de ser votada em plenário.

CARREGANDO :)

Segundo Campos, que foi motorista de ônibus antes de ser vereador, os ônibus exclusivos seriam uma medida contra o assédio sexual no transporte coletivo da cidade. "Precisamos dar uma opção às mulheres que sofrem com o assédio nos ônibus", afirma. Para ele, o número de assédios é muito alto, mas a maioria das vítimas prefere não denunciar os crimes, para evitar passar por ainda mais constrangimento.

Pela proposta de Campos, as empresas teriam que colocar 20% de suas frotas a disposição das mulheres, entre as 6h e as 9h e entre as 17h e as 20h. A obrigação seria restrita a ligeirinhos e biarticulados – já que, segundo ele, os assédios ocorrem com menos frequência em ônibus de bairro, já que "as pessoas se conhecem melhor" e os veículos andam mais vazios. Esses ônibus teriam de ser pintados de cor-de-rosa, para se diferenciar dos demais – o que rendeu o apelido "Panterão", em referência à Pantera Cor-De-Rosa.

Publicidade

O processo foi relatado pelo vereador Pastor Valdemir Soares (PRB), e recebeu outros cinco votos favoráveis na comissão. Felipe Braga Côrtes (PSDB) apresentou um voto em separado, pedindo o arquivamento do projeto – e foi acompanhado por Julieta Reis (DEM) e Pier Petruzzielo (PTB).

Para Côrtes, o projeto é inconstitucional por vício de iniciativa. Por criar gastos no sistema de ônibus, ele criaria custos para a prefeitura – e, portanto, não poderia ser proposto por um vereador. O vereador afirma, também, que o projeto cria dificuldades logísticas na operação dos ônibus da capital que não foram consideradas na proposta.