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O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) recomendou ao presidente Lula, nesta semana, a indicação da Pastoral da Criança ao Nobel da Paz de 2010. O conselhão, como é conhecido, é composto por entidades da sociedade civil e do governo e pediu também que haja mobilização social em prol da candidatura. A indicação seria uma ho­­menagem à médica e pediatra Zilda Arns, que morreu no Haiti há duas semanas quando tentava levar a pastoral para o país. Ela concorreu ao Nobel em 2001, 2002, 2003 e 2005.

Para o gestor de Relações Ins­titucionais da Pastoral da Criança, Clóvis Boufleur, a indicação ao prêmio é um reconhecimento do trabalho de 300 mil voluntários em 26 anos. "Ela permanecerá viva nas ações de solidariedade que todas essas pessoas praticam. Foi uma mártir porque deu sua vida pelos pobres", diz. Ele acredita que a médica pediatra tem boas chances de ganhar, já que no encontro do Conselhão estavam presentes representantes de países da comunidade europeia e eles apoiaram formalmente a candidatura. "Com a repercussão do falecimento de Zilda e da tragédia no Haiti, acreditamos que ela terá esta justa homenagem".

A professora de Relações Internacionais da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) Cristina Pecequilo afirma que não há como fazer previsões sobre a candidatura de Zilda Arns porque nos últimos anos o Nobel sofreu interferências políticas. Em 2007, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore levou o prêmio. Ano passado foi a vez de Barack Obama. O trabalho humanitário na ponta não vem sendo privilegiado. "Apesar dessas condições, o Haiti está chamando atenção. E, com certeza, a forma trágica com que ela morreu sensibiliza um grande número de pessoas. O Brasil precisará se mobilizar".

A indicação dos conselheiros foi uma maneira de homenagear a médica, que participava do conselhão desde 2003. O grupo se reuniu esta semana em Belém (PA) por indicação dela. Na última reunião com os colegas europeus Zilda convidou todos a conhecer o trabalho desenvolvido na região amazônica. O conselheiro Paulo Simão explica que o grupo aguarda a decisão do presidente Lula para iniciar a mobilização. "Parti­ci­pamos de uma associação que reúne representantes dos conselhos de desenvolvimento de 62 países. Com certeza eles nos apoiarão".

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