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A contraprova do exame de DNA que analisou o sêmen encontrado no corpo de Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, confirmou que o material não pertence a nenhum dos quatro suspeitos presos pelo crime. A adolescente foi morta no último dia 26 de junho em Colombo, na região metropolitana de Curitiba. O resultado do exame foi divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR) nesta sexta-feira (12).

O primeiro teste teve o resultado divulgado na última terça-feira (9). A contraprova também mostrou que o material encontrado no corpo da adolescente não pertence a nenhum dos quatro suspeitos presos e apontados pela polícia como réus confessos por um suposto estupro e pelo assassinato da vítima: Sérgio Amorin da Silva Filho, de 22 anos, Paulo Henrique Camargo Cunha, 25, e Adriano Batista, 23 e Ezequiel Batista, 22.

Na quarta-feira, após o advogado de defesa dos presos, Roberto Roulin, denunciar que eles teriam sido torturados, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) começou a apurar o caso. Isabel Mendes, vice-presidente da comissão, foi uma das pessoas que ouviu o depoimento de três dos quatro presos. Um deles está no Complexo Médico Penal devido a ferimentos graves.

"Eles sofreram agressões que vão desde chute, pontapé, choque elétrico... puseram eles debaixo das goteiras enquanto iam dando choques elétricos. Enfiaram a cabeça de um deles no formigueiro e tem um rapaz que não escuta mais de um ouvido – ele teve de ficar de lado para poder escutar o que nós falávamos. E vários outros tipos (de torturas), algumas coisas que eu me sinto constrangida em falar, usando objetos contundentes, penetração", disse Isabel.

Depoimento de suspeitos reafirma tortura

O programa de televisão Balanço Geral, do canal de televisão RIC Record, divulgou nesta sexta-feira (12) um vídeo no qual Sérvio Amorin da Silva Filho conta detalhes de como ele e os colegas teriam sido torturados. "Colocaram um saco de lixo preto na minha cabeça. Eles tiravam o saco, e diziam ‘vagabundo quer respirar’? Eles me jogaram água e diziam ‘acho que matamos o cara’. Me deram um choque, eu acordei e tinha aquele monte de policiais na minha frente. Então me deram chute na cara, nas costelas, na barriga, na parte íntima, na cara, batiam com aquela raiva mesmo", disse Silva.

Pelas imagens obtidas pelo programa, o suspeito teve lesões nos dois punhos, que a princípio seriam de algemas muito apertadas. No braço direito, no entanto, o ferimento tem dois dedos de largura e um dedo de profundidade. No esquerdo, há uma lesão um pouco menor, mas aparentemente foi causada pelo mesmo motivo da primeira.

Ele relatou ainda que o dono do parque e o filho dele assistiram a tortura e nada fizeram para tentar deter os policiais. "Tinha um deles [policial], meio gordinho, de cavanhaque, ele colocava [o aparelho] no último e dava choque nas partes íntimas, umas duas horas, sem parar. Ficava uns 20 minutos com a máquina ligada em cada um. Nisso, estava o dono do parque, ele entrou e aí eu pedi: ‘ajuda nós’, disse.

Investigações de tortura

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) foi designado pela Procuradoria-Geral de Justiça para atuar, em conjunto com a Promotoria de Justiça de Colombo, na investigação para apurar a denúncia. A OAB-PR também informou nesta quinta-feira (11) que vai solicitar que as investigações referentes às denúncias de tortura dos quatro suspeitos sejam investigadas pela Justiça Federal.

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