O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) também é investigado por suposta tortura contra os suspeitos no caso Tayná. A unidade de elite da Polícia Civil foi designada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) para assumir a delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, onde teriam ocorrido os primeiros casos de tortura contra os suspeitos.
De acordo com o promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Andre Pasternack Glitz, o delegado titular do Cope, Amarildo Antunes foi acusado pelos então suspeitos durante os depoimentos de levá-los até um córrego atrás da unidade, na Vila Hauer, em Curitiba, logo após terem sido transferidos para lá.
Segundo o promotor, os suspeitos afirmam que o delegado disse que se não falassem iriam nadar ali (no córrego) pela manhã. "O Cope levou um deles, o Sérgio, até o Litoral para averiguar outra situação e, na volta, teriam parado o carro na estrada e o agredido fisicamente. Portanto, sim, o Cope é investigado por tortura", afirmou o promotor.
Citado nominalmente nas denúncias, o delegado Amarildo Antunes nega que tenha havido tortura por parte dele e de policiais do Cope, mas colocou-se à disposição do Gaeco e da Corregedoria da Polícia Civil para esclarecimentos.
"Eu não tinha conhecimento [das denúncias]. Vou esperar para ver exatamente o teor das declarações para poder responder", disse o delegado. "[As denúncias] surpreendem, porque não houve tortura nenhuma", completou.
Inicialmente, à Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e à Polícia Civil, os próprios presos haviam afirmado que não tinham sido torturados no Cope, mas em outras quatro unidades policiais.