A Corregedoria da Polícia Militar prendeu administrativamente, neste domingo (13), dez policiais suspeitos de participar da execução de Fernando Henrique da Silva, há uma semana, no Butantã, zona oeste de São Paulo. Ele estava dominado, algemado e foi atirado de uma altura de oito metros por um PM da Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam). Em seguida, dois tiros foram disparados.
Na sexta-feira (11), outros cinco agentes haviam tido a prisão decretada pela Justiça sob a acusação de executar outro suspeito, no mesmo caso, de roubar uma moto. Ambos os homicídios foram documentados por vídeos.
A decisão deste domingo foi tomada após o comandante da corregedoria, coronel Levy Anastácio Félix, assistir às imagens feitas por um morador em uma reportagem na TV Globo, mostrando o soldado Fábio Gambale da Silva empurrando Silva do telhado para o quintal de uma casa. A Corregedoria deve pedir à Justiça nesta segunda-feira, 14, a prisão de ao menos cinco dos dez detidos.
No entendimento do comando da Corregedoria, a questão não é mais de quem participou diretamente da ação, mas de quem tomou conhecimento e se omitiu em não denunciar “o colega que agiu de forma inadequada, cometendo um ato de abuso”.
Dois dos policiais acusados da morte de Silva haviam sido detidos pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mas soltos por falta de provas. Eles também tinham sido ouvidos pela Corregedoria. Acabaram tendo sua versão corroborada pelo depoimento de uma testemunha.
Agora, o comando da Corregedoria quer ouvir novamente essa testemunha. Ela terá de explicar por quais motivos e circunstâncias deu um relato que foi fundamental para livrar os policiais da acusação de assassinato no primeiro momento.
Silva foi arremessado por um PM que estava com um capacete da Rocam. Esse equipamento ajudou a Corregedoria a identificá-lo, logo após o vídeo ser veiculado na televisão. As imagens causaram revolta entre os corregedores. “Aquilo lá não existe. Eu tenho 25 casos de polícia e nunca tinha visto uma coisa dessa”, disse um corregedor.
No primeiro depoimento, o soldado afirmara que foi chamado por uma moradora. Na versão apresentada à Polícia Civil, Gambale contara que Silva tinha caído do telhado armado com uma pistola calibre 9 mm enquanto fugia. O Estado não localizou o advogado do PM.
Todos os 15 policiais detidos fazem parte dos 23º e 16º Batalhões da PM. Os primeiros cinco foram presos depois que o DHPP obteve imagens de câmeras de segurança mostrando quando os policiais detiveram Paulo Henrique de Oliveira. Ele e Silva haviam sido perseguidos porque eram suspeitos de roubar uma moto.
Oliveira se entregou. Foi algemado, levado para a calçada, onde as algemas foram retiradas. Em seguida, um policial disparou duas vezes em seu abdome. Depois, um PM plantou uma arma ao lado de seu corpo. “Não é o tipo de tratamento que se dá a uma pessoa”, disse um oficial.
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