O fim do prazo para recarga de cartão-transporte com a tarifa de ônibus antiga (R$ 2,70) gera uma grande fila na sede da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), junto à Rodoferroviária de Curitiba, na manhã desta segunda-feira (10). A partir da zero hora desta terça-feira (11), usar o sistema de transporte público na Rede Integrada de Transporte (RIT), que atende a capital e 13 municípios da região metropolitana, custará R$ 2,85, um aumento de 5,5%.
Segundo a Urbs, a princípio, todas as pessoas que entrarem na fila até as 17 horas serão atendidas. Além da Rodoferroviária, os usuários que comprarem créditos pela internet e pagarem o boleto ainda nesta segunda-feira (10) vão garantir a tarifa a R$ 2,70.
Quem optar por comprar em um dos 23 pontos de venda adicional, como bancas de jornal e lanchonetes, pode ter uma surpresa e não encontrar os créditos. Isso ocorre porque os proprietários desses estabelecimentos precisam fazer uma compra prévia dos vales na própria Urbs. Na última sexta-feira (7), quando foram comunicados do aumento da tarifa e do eventual aumento da procura por créditos, esses estabelecimentos compraram cerca de 29 mil créditos de transporte, que foram vendidos quase em sua totalidade no sábado (8).
Na fila
A fila de usuários que esperavam atendimento na Rodoferroviária começou a se formar por volta das 8h desta segunda-feira (10) e já dava voltas. A reportagem da Gazeta do Povo esteve no local às 10h e a fila já reunia centenas de pessoas interessadas em adquirir os créditos para o cartão transporte. Havia pessoas desinformadas no local. Uma mulher que gostaria de desbloquear o cartão não entendia a razão da fila e disse ter sido pega de surpresa com a notícia do reajuste.
A comerciantes Zilá de Almeida França, de 49 anos, soube pela televisão do reajuste, mas disse já imaginava que algo poderia mudar depois das eleições. Ela conta que não usa transporte coletivo, pois vai a pé para o trabalho, mas compra créditos para o cartão transporte da filha todo mês. "A gente sabe que tem um custo, mas sobe a passagem agora, em fevereiro tem outro reajuste e o ônibus está sempre pior", critica.
Também na fila, a estudante Lucimara Felício, de 43 anos, reclama do reajuste. Por dia, ela e o marido usam quatro passagens para os deslocamentos de casa para o estudo. "Qualquer diferença, seja de R$ 0,15 já pesa no bolso do trabalhador. Saber que terá outro aumento seguido [em fevereiro] preocupa", desabafa. Ela usa o ligeirinho Fazendinha / Tamandaré e reclama do serviço prestado. "O ônibus está sempre cheio, não há segurança nem no ônibus nem na estação e ele não cumpre o horário", reclama.
Reajuste
A alta no preço foi anunciada na última sexta-feira (8) e, segundo a Prefeitura de Curitiba, irá significar um alívio de R$ 7,5 milhões, atualmente pagos em subsídios, aos cofres do governo estadual e da administração do município. Esse valor seria economizado até o fim do ano.
Também houve reajuste em outras tarifas cobradas no sistema, como a do Circular Centro (de R$ 1,70 para R$ 1,80) e da Linha Turismo (de R$ 29 para R$ 30). A tarifa domingueira continua em R$ 1,50.
Quem não tiver cartão-transporte, pode aproveitar e comprar um cartão avulso - disponível em bancas, que custa R$ 3 e que permite recargas de até 25 créditos.
Em fevereiro do ano que vem, uma revisão da tarifa técnica, aquela paga às empresas, também deve resultar em um novo reajuste aos usuários, informou a Urbs.