A média de atendimentos diários de pacientes com dengue ou suspeita da doença em Paranaguá, no Litoral do Paraná, cresceu nos últimos 30 dias, segundo a prefeitura municipal. No mês passado, cerca de 350 pessoas eram atendidas todos os dias no Centro de Referência de Combate à Dengue. Agora, o município aponta uma média de 400 atendimentos diários.

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A tendência, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), é que os números ainda aumentem nos próximos dias. “A epidemia ainda não atingiu o pico, que deve ser em abril. As características são diferentes do ano passado, quando o pico do litoral foi em julho. Esse ano, a curva (da epidemia) deve começar a descer a partir de abril, mas não é possível definir com certeza”, explica Ivana Belmonte, chefe do Centro de Vigilância Ambiental da Sesa.

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“As temperaturas mais amenas do outono (que começa na próxima semana) prolongam o período de desenvolvimento do mosquito, mas para cessar o desenvolvimento seria necessário temperaturas próximas do congelamento, o que não é comum no litoral”, explica o professor do departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná, Mário Navarro.

Ele classifica a situação epidêmica de Paranaguá como um desastre e acredita que a situação vá se repetir nos próximos anos se não houver mais planejamento. “A prefeitura ou o responsável pelo controle do vetor precisa atuar de forma mais eficiente, com regularidade e não apenas em períodos de epidemia. Está se observando apenas a quantidade de casos. Ao diminuir os casos, vai arrefecer o combate e o desastre vai se repetir no próximo ano”, avalia.

O último boletim epidemiológico divulgado pela Sesa mostra 2.887 casos e 14 mortes em decorrência da dengue em Paranaguá.

Na tarde de quinta-feira (17), a Gazeta do Povo esteve no Centro de Referência de Paranaguá que atende casos suspeitos de dengue. Apesar dos dias movimentados, havia poucas pessoas aguardando atendimento no horário, por volta das 17 horas. Segundo um profissional da unidade, que não quis se identificar, 300 pessoas já haviam passado pelo centro naquele dia.

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Soluções

O professor do departamento de Zoologia da UFPR defende duas estratégias básicas para controlar o avanço da epidemia em Paranaguá: vigilância epidemiológica e limpeza das ruas.

“Buscar a fonte do mosquito, considerar fatos históricos, georreferenciamento. Precisa quantificar para mostrar o cenário, é impossível dar uma quantia exata, mas é possível dar uma estimativa”, afirma Mário Navarro.

Já o executivo municipal diz que a redução dos casos depende da população. “O que pode promover a redução de número de casos a curto prazo é a sensibilização da população em relação a eliminação de criadouros nas residências”, cita em nota.

O texto diz ainda que a prefeitura realiza ações de educação em saúde, atividades de limpeza pública, ações de controle do mosquito com os agentes de endemias que visitam as residências. “Mesmo com todas estas ações não foi possível conter o aumento do número de doentes por dengue”.

Prefeitura planeja renovar contratos com médicos

A Prefeitura de Paranaguá contratou, no início de fevereiro, mais de cem profissionais de saúde para atuar no combate à dengue no município. Os contratos são de 90 dias e podem ser prorrogados por mais 90 dias, “porém a prefeitura já está planejando outro teste seletivo para fidelizar a equipe por mais tempo”, afirmou, em nota, o Município.

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