Biólogos e médicos veterinários vão intensificar os cuidados com as capivaras do Parque Arthur Thomas, em Londrina, no Norte do estado. Os animais estão infestados de carrapatos-estrela, vetores da bactéria Rickettisia rickettsii, causadora da febre maculosa. Nos últimos dias, a doença virou notícia ao atingir cinco pessoas e provocar mortes no Rio de Janeiro e São Paulo. No Paraná, o primeiro caso da doença foi registrado em agosto, em Curitiba. O paciente, que teve sintomas leves e foi tratado a tempo, é um homem de 47 anos, residente em Curitiba, e que foi infectado em um haras em São José dos Pinhais, na região metropolitana.
De acordo com a reportagem de Stella Meneghel do Jornal de Londrina desta sexta-feira, o trabalho de cuidado e análise das capivaras do parque será feito em parceria entre a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a Secretaria Municipal de Ambiente. Apesar de estarem alertas, os profissionais dizem que não há motivos para preocupações porque a doença não é endêmica no Paraná. "Nós não temos suspeitas de febre maculosa em Londrina. O trabalho é preventivo, de controle dos carrapatos, que são parasitas", observou o professor do departamento de Medicina Veterinária Preventiva da UEL, Odilon Vidotto.
Para reduzir o número de carrapatos no Parque Arthur Thomas, funcionários da Sema dedetizam os principais locais por onde as capivaras passam, fáceis de serem identificados pois há fezes nesses pontos. "Temos um problema porque ao redor do parque há muitos cavalos, que também têm carrapatos. Eles se aproximam do parque e trazem carrapatos. As capivaras andam pelo parque e pegam os carrapatos, que aqui se reproduzem. Uma fêmea pode colocar até 5 mil ovos", informou Vidotto.
A professora do Departamento de Clínica Veterinária da UEL e especialista em animais silvestres, Carmen Hilst, explicou que foi instalada uma espécie de armadilha em um ponto no parque para que os técnicos consigam capturar as capivaras.
Capturadas, elas terão os carrapatos removidos e mostras de sangue coletadas para detectar a presença ou não bactéria Rickettisia rickettsii, responsável por causar a febre maculosa. Os animais também irão receber medicamentos. Na última contagem, há um mês, havia 15 capivaras no parque.
Conforme a professora, as capivaras não manifestam de forma tão evidente os sintomas da febre. "Além do que não estamos próximos a elas para verificar os sintomas", disse. Após o controle dos carrapatos nos animais, o grupo de profissionais irá fazer o controle dos carrapatos no parque.
Em janeiro deste ano, o parque enfrentou vários problemas de infestação de carrapatos. "Mas esse trabalho (controle) não é fácil, principalmente por causa dos cavalos. Levará anos", disse.
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