Obras mudam o trânsito no Xaxim

O trecho da antiga BR-116, no sentido Porto Alegre próximo ao viaduto do Xaxim, em Curitiba, está bloqueado desde quinta-feira para obras da Linha Verde.

Uma quadra antes do viaduto o motorista deverá entrar na Rua Deputado Neo Martins e, em seguida, à esquerda, na Rua Benjamin Antônio Ansai, entrando, uma quadra depois, na Avenida Brasília. Uma quadra à frente entrará na Rua São Judas Tadeu e, três quadras adiante, na Rua Emanuel Kant, acessando a BR.

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A prefeitura de Curitiba deverá limitar, até o fim deste ano, o horário de estacionamento em algumas das principais ruas que cortam a região central da cidade, a exemplo do que já fez na Avenida Visconde de Guarapuava, no ano passado. O objetivo é dar mais fluidez ao trânsito em vias que costumam ficar congestionadas nos finais de tarde. Segundo Rosângela Battistella, diretora de Trânsito da capital, algumas das ruas que deverão ser afetadas são a Brigadeiro Franco, a Desembargador Motta, a Ângelo Sampaio e a Coronel Dulcídio. A diferença em relação à Visconde de Guarapuava é o horário de proibição, que vai valer das 17 às 20 horas nos dias de semana.

"Mesmo quando a largura da via não proporcionar que se crie mais uma faixa, vai facilitar. Sem o estacionamento, algumas manobras vão deixar de existir", afirmou a diretora da Urbs, empresa que gerencia o trânsito em Curitiba. Para o futuro, Rosângela não descarta a adoção de novas medidas restritivas, já que a frota da capital chegou à marca de 1 milhão de veículos em junho deste ano.

"Acredito que, em dez ou doze anos, vamos ter de restringir mesmo o uso de veículos na área central", disse. O modelo adotado poderá ser o do pedágio urbano, a exemplo de Londres, na Inglaterra. "Ou pedagiamos a utilização da via na área central, ou criamos estacionamentos mais caros." A adoção do rodízio de veículos de acordo com os números finais das placas, como em São Paulo, não faz parte dos planos da Urbs. "Achamos que o rodízio não adianta. Pelo que conversamos com técnicos de São Paulo e da Cidade do México, não foi satisfatório", comentou a diretora da Urbs. "A pessoa acaba adquirindo outro veículo. É uma medida muito radical para Curitiba."

Em fevereiro do ano passado, comerciantes da Avenida Visconde de Guarapuava promoveram diversos protestos para evitar o começo das obras. Eles afirmavam que iriam perder clientes com o fim do estacionamento. Após uma série de encontros com a prefeitura, contudo, houve a mudança.

Dia sem carro

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Neste ano, Curitiba não terá nenhuma programação especial no Dia Mundial sem Carro, amanhã. No ano passado, a prefeitura fechou um trecho da Rua Barão do Rio Branco, na altura da Praça Generoso Marques, e instalou brinquedos infantis. Em 22 de setembro de 2003, 72 quadras foram fechadas das 7 às 18 horas, em uma área que abrangeu a Avenida Marechal Deodoro, a Praça Santos Andrade e a Praça Tiradentes.

"O Dia sem Carro tem um custo, e decidimos investir na campanha da Semana Nacional do Trânsito", afirmou Rosângela Battistella. "Resolvemos fazer somente um apelo à população, até porque a data cai em um sábado." Ela admite que é difícil conscientizar as pessoas a optar por meios alternativos. "A venda de veículos é muito facilitada. Acho que a conscientização dependeria de uma campanha mais acirrada."

Para o advogado e especialista em trânsito Marcelo Araújo, além da busca por outros meios, as soluções passam por mudanças em horários e redução da necessidade de deslocamentos dentro da cidade. "Não há, na frota de veículos, uma saída proporcional à entrada", comentou. "Uma tendência é de mudanças no horário comercial e das escolas. Outra é que a cidade permita que as pessoas não saiam muito de seus bairros."

A psicóloga Iara Thielen, coordenadora do Núcleo de Psicologia do Trânsito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), acha que as sensações de poder e status estão ligadas ao fato de as pessoas optarem pelo veículo individual. "Quem vai ao trabalho de carro tem mais status. Além disso, as pessoas fazem a conta e vêem que é mais barato andar de carro. Se a pessoas tiverem que se espremer em um ônibus para pagar mais, vão optar pelo transporte individualizado, já que a prefeitura não tem dado nenhum suporte para outro tipo de transporte", disse.