Mas quem não adora? O conforto, o status e mais um número interminável de vantagens que um carango propicia. Entretanto, o ambiente da cidade já não comporta mais tantos carros. O cidadão se vê obrigado a apelar para o automóvel para conduzi-lo, tendo posses para adquirir um; coisa que não é difícil já que tal compra pode ser feita em longas prestações.
A condução coletiva é evitada por várias razões, a principal é a demora no transporte de um ponto a outro, nas horas do início e do final do dia é aquele sufoco. Sardinha em lata é pouco para se comparar com os ônibus de Curitiba. Dia de chuva é aquele odor de gente molhada; no calor é aquela suadeira. Agora para melhorar vão instalar aparelhos de TV nos coletivos a fim de mostrar ao povão como o prefeito trabalha, ainda mais agora que tem eleição por perto.
Para se locomover pela cidade, o curitibano ainda tem mais algumas opções. A bicicleta é uma delas, o que estraga é o tempo instável e qual o traje compatível para se usar. Já imaginou um ciclista de terno e gravata? E motocicleta então? É a condução que leva o cidadão da casa para Jesus, em três tempos. O leitor sabe quantos acidentes ocorrem diariamente com motos em Curitiba? Não, pois ninguém conta.
Bom, mas ainda tem os táxis. Tem e precisa de mais, apesar de também andarem emperrados na circulação das ruas. Pois é. Precisa mais táxis com urgência; entretanto, quando se fala em aumentar o número o olho cresce, principalmente o do pessoal mais chegado ao poder municipal, afinal o que é mais unzinho para quem já têm vários? Existe gente que gosta de se entuliar de táxis, no frigir dos ovos eles dão um bom lucrinho. E tem mais uma: como o trânsito já está caótico, mais táxis trarão mais confusão. E durma com um barulho desses.
Seja qual for a condução pessoal que o cidadão use, carro próprio, táxi, moto ou bicicleta, vai ter que enfrentar a colcha de retalhos, a buraqueira e outros empecilhos pelas ruas dos bairros. Ah! Já que é assim, o negócio é andar a pé. Sim a gente pode caminhar tranquilamente pelas calçadas de muitas cidades do Brasil e do mundo, menos aqui nesta velha Curitiba onde o espaço destinado aos pedestres é de matar, ou melhor dizendo: É de machucar. Deixa para lá, afinal alguém já viu algum vereador ou até mesmo o prefeito andando a pé pela cidade? Eu já, na Boca Maldita durante as campanhas eleitorais.
Hoje para ilustrar a Nostalgia está sendo usada uma imagem onde aparecem automóveis estacionados na Avenida Luiz Xavier em 1967. Se o leitor prestar atenção vai ver que todos eles já eram fabricados no Brasil. Nas fotos pequenas, estão muitos dos modelos produzidos pela indústria nacional, cinquenta anos passados. Agradeço a colaboração do leitor Afonso Fruet, que forneceu as imagens da coleção.
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