O delegado da Divisão Policial da Capital, Walter Baruffi, dispensou, nesta quinta-feira (6), os policiais civis que faziam a escolta, no Hospital Cajuru, de presos feridos na última rebelião no 11º Distrito Policial, em Curitiba. Isso ocorreu depois que o Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol) enviou um pedido de providência, a Baruffi, para não manter policiais na escolta, já que o fato representa um "desvio de função". O delegado foi procurado, via assessoria de imprensa da Polícia Civil, mas não quis comentar a decisão.
De acordo com o presidente do Sinclapol, André Gutierrez, Baruffi faz a escolta dos presos no hospital desde o início da manhã desta quinta. Ele recolheu a escala de horários, que estava com os investigadores até então responsáveis pela vigia, e passou a fazer a guarda por conta própria. "O pedido para acabar com o desvio de função foi mandado ontem [quarta-feira] para ele mesmo. O que tenho a dizer é que foi uma atitude impressionante, corajosa e louvável. Ele assumiu a responsabilidade do estado, para evitar a ilegalidade do desvio de função."
A Polícia Civil, via assessoria, confirmou que o delegado Baruffi estava no Hospital Cajuru, fazendo a escola, por volta das 18h30 desta quinta. O órgão não respondeu até que horas ele vai ficar no local e como será a escola, mas ressaltou que o delegado tem a possibilidade legal de fazer a escolta dos presos no hospital, e que não tem nada a declarar sobre o assunto neste momento.
Rebelião no 11º DP
No último domingo (2), presos do 11º DP, na Cidade Industrial de Curitiba, fizeram uma rebelião para tentar fugir da carceragem do local. Na ação policial para controlar o motim, seis presos foram baleados, além de um agente carcerário e um policial terem ficado feridos. São esses presos feridos que precisam ser escoltados, serviço que estava sendo feito por investigadores. O fato, na visão do Sinclapol, representa desvio de função, o que motivou o pedido de providências. Por isso, Baruffi recolheu a escala de horários e passou a ele mesmo fazer a vigilância dos detentos.
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