A segunda testemunha ouvida hoje no julgamento do goleiro Bruno e outros dois réus acusados do desaparecimento e morte de Eliza Samudio foi a delegada Ana Maria Santos. Ela afirmou que o depoimento do primo de Bruno, Jorge Luís Lisboa Rosa, dado a ela em julho de 2010 passou "credibilidade".
Um dos primeiros depoimentos do rapaz descrevia o sequestro de Eliza no Rio até o assassinato dela por um homem que se identificou como ex-policial. Foi ele quem contou que Eliza foi morta e teve supostamente uma mão jogada para cães pelo ex-policial -a denúncia aponta a pessoa citada como sendo o réu Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.
Jorge, no entanto, mudou toda a versão nos depoimentos seguintes que prestou, quando foi transferido do Rio para Belo Horizonte com o objetivo de cumprir medida sócio educativa da capital mineira. Nessa ocasião ele já estava acompanhado de advogados contratados.
A delegada disse que o depoimento do adolescente no centro de internação provisória no Rio foi feito de portas abertas e acompanhado pela advogada daquela unidade para adolescentes de nome Renata, além de monitores do centro.O propósito da testemunha da promotoria é derrubar a versão de que Jorge falou sobre a morte de Eliza pressionado e sem a presença de um advogado.
Na época do desaparecimento de Eliza, Jorge contou sobre o crime ao marido de uma tia. Esse homem, então, procurou a rádio Tupi no Rio de Janeiro e a história veio à tona na época. Na delegacia no Rio, Jorge contou a mesma história dita por ele ao tio.
Jorge, atualmente com 19 anos, cumpriu dois anos e dois meses de medida sócio educativa por envolvimento no crime. Atualmente ele está incluído no programa de proteção a testemunhas, por ter sido ameaçado, segundo a promotoria -motivo que levou ele ser descartado do rol das testemunhas do julgamento, embora tivesse sido arrolado pela promotoria.
Questionada se o depoimento do então adolescente lhe passou credibilidade, a delegada Ana Maria disse: "Pela riqueza de detalhes e pelo tanto que ele se emocionou, me passou bastante credibilidade".
A delegada ainda depõe no plenário. Após finalizar, a juíza deve interromper o julgamento para o almoço. Na volta, está previsto a leitura do depoimento tomado em Tangará da Serra (MT) pela advogada de nome Renata, que acompanhou o depoimento de Jorge do centro de internação.
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