A cobertura florestal brasileira teve uma redução de 0,8% de sua área entre 2012 e 2014 – número que representa 24,9 mil quilômetros quadrados. A diminuição equivale a 16,35 vezes o tamanho da cidade de São Paulo. O resultado, contudo, representa uma desaceleração do desmatamento se comparado ao registrado entre 2010 e 2012, quando a área florestal brasileira diminuiu em 1,8%.
As pastagens naturais do país, por sua vez, tiveram uma queda de 9,4% no mesmo período. As mudanças na ocupação da terra foram motivadas principalmente pela expansão das áreas agrícolas – que chegou a 8,2% –, das pastagens de manejo dedicadas à pecuária e silvicultura.
Menos florestas, mais cidades
Os números foram apresentados nesta quarta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou seu novo Mapa de Cobertura do Uso da Terra do Brasil. No geral, a paisagem brasileira sofreu modificação de 4,6% se comparado ao estudo realizado entre 2010 e 2012. Segundo o instituto, as mudanças mais significativas ocorreram em áreas de vegetação florestal e de pastagem natural.
Gerente de Cobertura e Uso da Terra do IBGE, Leonardo Barbosa Gomes diz que o levantamento retrata uma diminuição das florestas e uma expansão das cidades. Ele preferiu, contudo, não se aprofundar nessa análise. “A gente faz um retrato do país, e os números podem ser diferentes dos divulgados por outros órgãos devido aos critérios utilizados.”
A agricultura foi uma das principais causadoras das alterações no uso da terra no país. A expansão das áreas dedicadas a essa atividade econômica foi de 8,2% entre 2012 e 2014, um pouco abaixo do índice registrado no biênio anterior, quando o IBGE registrou um aumento da área dedicada à agricultura de 8,6%.
Desmatamento por regiões
O IBGE destaca que as mudanças não ocorreram de forma homogênea pelo país. Nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, por exemplo, o uso da terra é mais antigo e, portanto, menos suscetível a mudanças se comparado às demais regiões. Chamou a atenção do instituto “a expressiva expansão agrícola” registrada no sul do Rio Grande do Sul, entre Santana do Livramento e Pelotas. A partir de 2013, aumentou naquela região o cultivo principalmente de soja e milho sobre pastagens naturais do pampa.
A expansão das áreas de silvicultura apresentou as maiores taxas de crescimento, passando de 23,8% no período atual ante 4,6% no período anterior. Mas o próprio IBGE ressalta que metade desse crescimento se refere a aprimoramentos técnicos realizados pelo instituto no mapeamento.
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