Prefeito fala sobre a greve
O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), afirmou nesta quarta-feira (15) que é inadmissível que 100% dos motoristas e cobradores do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana estejam em greve.
Greve dos motoristas também afetou hospitais da cidade
A greve dos motoristas e cobradores não afetou somente o comércio da cidade. Hospitais de Curitiba também sofrem com a falta de funcionários. No Hospital Cajuru, 20 cirurgias eletivas foram canceladas na terça-feira (14) e nesta quarta (15).
Com sorte, peguei um ônibus em Curitiba
Relato de Denise Drechsel, jornalista da Gazeta do Povo
"Sou uma mulher de muita sorte. E nesta terça-feira (14) tive mais uma demonstração disso. Saí mais ou menos às 19h30 da Gazeta do Povo e, resignada com a greve, comecei a caminhar em sentido à minha casa, localizada nas proximidades da Avenida Anita Garibaldi, no bairro Cabral, na altura do Tribunal de Justiça. O trajeto a pé, do jornal até a minha casa, dura 45 minutos.
Mas a sorte, como afirmei, veio bater mais uma vez à minha porta. Ao passar em frente ao Paço da Liberdade, na Praça Generoso Marques, qual não foi a minha surpresa ver de longe um ônibus parado na Rua Prefeito João Moreira Garcez, ao lado da Catedral. "Estarei vendo uma miragem?", brinquei comigo mesma.
Multas por descumprimento judicial
O descumprimento das decisões judiciais que determinam o retorno de parte da frota resulta em penalidades ao Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc).
A Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs) conseguiu uma liminar na madrugada de terça-feira para que 80% dos ônibus circulassem nos horários de pico e 60% no restante do tempo. Os ônibus não foram para as ruas na terça-feira e nem nesta quarta-feira. Em razão desse fato, o juiz Marcel Guimarães Rotoli de Macedo fixou, ainda na terça-feira, multa de R$ 100 mil por dia, de acordo com a Urbs.
"Considerando que é notório o descumprimento da decisão liminar, o que vem acarretando enormes transtornos a toda população de Curitiba e Região Metropolitana dependente do transporte coletivo, fixo, com fulcro no artigo 461, parágrafo 4º do Código do Processo Civil, a multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento desta decisão", determinou o juiz em seu despacho, que foi reproduzido no site da prefeitura de Curitiba.
Há ainda a determinação da justiça do trabalho, segundo a qual 70% dos ônibus devem trafegar no horário de pico e 50% no horário normal. O desembargador Altino Pedrozo dos Santos, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), fixou na terça-feira multa de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento da decisão.
As decisões foram descumpridas pelo segundo dia consecutivo e as multas, se somadas, chegam ao montante de R$ 300 mil -- R$ 200 mil por causa da liminar conseguida pela Urbs (R$ 100 mil de terça e R$ 100 mil de quarta) e R$ 100 mil por causa da decisão do desembargador do TRT. A multa da justiça do trabalho passa a valer a partir desta quarta.
Esse não é o entendimento do Sindimoc sobre as decisões judiciais. Para o sindicato, a liminar conseguida pela Urbs não é válida, pois o juízo da 11ª Vara Civel não tem competência para determinar o retorno da frota. De acordo com o Sindimoc, essa multa não teria validade.
O sindicato leva em conta apenas a determinação do TRT e afirmou que a decisão não está sendo cumprida porque os motoristas e cobradores não querem retornar ao trabalho. Segundo a entidade, os trabalhadores foram orientados a cumprir a determinação judicial.
O Sindimoc disse que não tinha informações se já havia ônibus circulando por Curitiba e RMC.
A Urbs afirmou que a multa por causa da liminar da Vara Cível é válida, bem como a do TRT. (FL)
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Conexão Brasília: o peso das greves em ano eleitoral
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Classe reclama de salário e condições de trabalho
Motoristas e cobradores reunidos em frente à empresa Glória, no Boa Vista, relataram algumas das situações que colaboraram para que ocorresse a greve.
Além de um salário baixo, eles reclamam que são discriminados, multados pela empresa em várias ocasiões e obrigados a cumprir horários sem direito de comer ou ir ao banheiro.
Entre as reclamações estão o fato de os cobradores terem que levar o dinheiro para as empresas por conta própria. "Se for roubado, tem que pagar e eles ainda desconfiam que tenha sido o cobrador", disse um funcionário que não quis se identificar.
Motivo de orgulho para a prefeitura de Curitiba, o Azulão, como ficou conhecido o maior ônibus da cidade, é o terror dos motoristas. "Ir do Boqueirão até o Centro em 20 minutos é muito bonito, mas ninguém vê o que somos obrigados a fazer para cumprir esse horário", reclama um motorista.
Outro problema constante são as multas. Uniforme com qualquer alteração, comer durante o trabalho e até problema no GPS de alguns ônibus gera multa para os funcionários. Para eles, em alguns casos eles são impedidos de ir ao banheiro em períodos de dez horas.
Cronologia
Recorde outras greves e negociações salariais envolvendo a categoria:
2011 Há ameaça de greve, mas o indicativo não é aprovado.
2010 No início do ano começa uma mobilização por paralisação, mas um acordo evita que a greve comece.
Os funcionários das empresas de ônibus de Curitiba aceita o reajuste pelo índice da inflação, sem o aumento real de 5%, como queriam.
2006 A categoria cruza os braços durante 24 horas no mês de março e mergulha o transporte público de Curitiba no caos. Cerca de 1,8 mil veículos e 390 linhas param e aproximadamente 2 milhões de pessoas ficam sem transporte. Muitos precisaram ir e voltar do trabalho a pé ou de carona. Na época, o impasse ocorre porque motoristas e cobradores reivindicavam reajuste de 11% e as empresas ofereciam 5%.
Motoristas e cobradores devem definir, no início da tarde desta quarta-feira, o andamento da greve que deixa Curitiba completamente sem ônibus há dois dias, apesar de a Justiça determinar que 70% da frota estivesse nas ruas em horário de pico.
Os motoristas e cobradores fazem nova assembleia nesta quarta-feira, às 13h30, na Praça Rui Barbosa, para decidir sobre o fim ou continuidade da greve. A categoria vai votar a proposta apresentada pelo Ministério Público do Trabalho nesta quarta na audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A reunião começou ao meio-dia e foi suspensa às 13 horas por causa da assebleia da categoria. Após a deliberação dos trabalhadores, a audiência no TRT será retomada.
FOTOS: Veja as imagens da paralisação
INTERATIVO: Participe da cobertura da greve dos motoristas e cobradores de ônibus
TRT faz nova audiência com os sindicatos
ENTENDA O CASO: Leia mais sobre os motivos da greve
TRÂNSITO: Mesmo sem chuva, trânsito é complicado nesta quarta
ALTERNATIVA: Transporte particular ameniza problema de passageiros
TÁXIS: Curitibano enfrenta dificuldade de achar táxis
SEM TRABALHO: Desconto por falta ao trabalho depende do bom senso do empregador
Sem ônibus
Assim como ocorreu na terça-feira (14), a quarta-feira (15) começou com terminais vazios, ruas mais movimentadas e radiotáxi com linhas congestionadas. Diferentemente do início do primeiro dia de greve, nesta quarta-feira em alguns locais há a possibilidade de se usar o transporte particular.
Nos terminais do Capão da Imbuia e Guadalupe e na Praça Rui Barbosa, o movimento de passageiros que aguardavam os ônibus era baixo, por volta das 6h15.
Situação semelhante foi registrada na Avenida Paraná. Nenhum veículo do transporte coletivo circulava por essa via, por volta das 11h30.
Na Avenida Cândido de Abreu, uma via de grande movimento de ônibus no centro da capital, não havia nenhum veículo do transporte coletivo circulando, por volta das 11h30. Todas as estações tubo estavam vazias, e com as luzes apagadas.
Nenhum ônibus circulava nesta manhã também pela Avenida Getúlio Vargas, Rua Alferes Poli, Avenida do Batel, Presidente Affonso Camargo, entre outras vias. Também não havia nenhum biarticulado trafegando pela Avenida República Argentina e as estações tubo estavam vazias.
A reportagem passou por ruas movimentadas dos bairros Cabaral, Juvevê, Boa Vista e Santa Cândidida, por volta das 11h30, e também não encontrou nenhum ônibus.
O Sindimoc disse que não tinha informações se já havia ônibus circulando e que estudava de que forma a decisão do Tribunal Regional do Trabalho sobre o retorno da frota será cumprida.
Não havia ônibus trafegando em Curitiba e RMC até as 11h45, de acordo com a Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs).
O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) afirmou que ônibus do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana foram depredados nas garagens das empresas. O Sindimoc confirmou que alguns grevistas cometeram excessos, mas disse que não se trata de orientação da entidade.
Ao todo, 2,3 milhões de usuários do transporte coletivo em Curitiba e região metropolitana ficaram sem ônibus, segundo a Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs).
Após ser autorizado pela Urbs na tarde de terça-feira, o serviço de transporte particular era uma das alternativas encontradas pela população para o deslocamento nesta quarta-feira.
Proprietário de uma Kombi, Gerci Santos conseguiu liberação na Urbs nesta quarta e realizava o mesmo percurso da linha Fazendinha pela manhã. Em cerca de meia hora na Praça Rui Barbosa, ele conseguiu sete passageiros. Entre eles estava o vigilante Djalma Soares Lima. "Entrei no trabalho às 19h e fiquei até as 7h, mas fui de carona e se não tivesse lotação não sei como faria para voltar para casa", diz.
Outro que também estava liberado para operar com lotação era Paulo Neves. Ele reclamou da demora da Urbs em liberar os veículos particulares na terça-feira. "Em outras greves o processo foi mais rápido", conta Neves. Operando na linha Caiuá, ele rapidamente encontrou uma passageira, a doméstica Vilma Pereira. "Vim de carona com meu genro até o Centro, mas precisava ir para o Campina do Siqueira. Achei que teria alguns ônibus, mas felizmente encontramos a lotação", comenta.
Mesmo sendo uma alternativa, os usuários ficam inseguros com o transporte. "Minha preocupação é não conseguir a van na volta", diz Vilma. Na Praça Rui Barbosa, uma das vans que estava realizando a linha Fazendinha chegou por volta das 7h30 com passageiros, mas não retornou ao bairro porque o dono do veículo tinha uma consulta médica e só voltaria a operar no fim da manhã. Os proprietários de carros particulares podem cobrar até R$ 5 por pessoa. Para poder rodar, é preciso obter a autorização da Urbs. O interessado deve comparecer à Unidade de Vistoria e Cadastro, na sede do órgão, na Rodoferroviária. Os itens obrigatórios do veículo serão inspecionados. Porém, caso os ônibus voltem a circular nesta quarta-feira, conforme decisão judicial, o serviço de transporte particular deve cessar imediatamente.
A procura por empresas que oferecem serviços de ônibus e vans fretadas também cresceu muito na terça-feira. As empresas de fretamento não conseguiram atender a demanda, porque já não havia veículos disponíveis para o serviço.
Desconto por falta ao trabalho depende do bom senso do empregador
Como a legislação trabalhista brasileira não contempla especificamente qual deve ser o procedimento das empresas em caso de greve no transporte público, cabe às companhias definirem se irão ou não descontar a ausência ao trabalho do salário do trabalhador. Advogados orientam que o bom senso deve guiar a decisão.
As obras no anel viário do Centro de Curitiba e em ruas importante da capital foram suspensas até o fim da greve. A informação foi divulgada pela prefeitura de Curitiba nesta quarta-feira. O objetivo é melhor a fluidez do trânsito, pois um número de maior de carros tem circulado porque a população não encontra ônibus.
Com a medida, a expectativa é de que o tráfego apresente melhoras, principalmente, nos bairros Rebouças, Alto da XV, Alto da Glória, Centro Cívico, Bom Retiro, Mercês, Batel e Água Verde.
Máquinas serão retiradas de várias ruas importantes da cidade, tais como Roberto Barrozo, Aristides Teixeira, Comendador Fontana, Nicolau Maeder, Mauá, Amâncio Moro, Ubaldino do Amaral, Omar Sabbag, Engenheiros Rebouças, Brigadeiro Franco, Tenente João Gomes da Silva, Júlio Perneta, Desembargador Motta, Iguaçu, Buenos Aires, Brasílio Itiberê, Omar Sabbag, Ubaldino do Amaral, 7 de abril, Alberto Bolinger, Augusto Severo, Campos Sales, Lysimaco Ferreira da Costa, Domingos Nascimento, Teffé e João Antoniassi.
As obras de recapeamento da Avenida Iguaçu também foram suspensas e as da Rua Jacarezinho devem terminar ainda nesta quarta.
De acordo a prefeitura de Curitiba, agentes da Secretaria Municipal de Trânsito fazem operação especial para organizar o tráfego.
A falta de ônibus e a dificuldade para conseguir um táxi continuam causando reflexos no trânsito de Curitiba. Muitos moradores da capital e da RMC tiveram de tirar os veículos da garagem para ir ao trabalho ou levar alguém da família. Por volta das 6h30 desta quarta-feira, também era claro o aumento de movimento de carros nas ruas.
O tráfego não estava parado em nenhuma via de Curitiba, porém muitas registravam movimento intenso, por volta das 8h15, de acordo com o Centro Operacional da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran). Havia lentidão na Linha Verde, na Avenida Getúlio Vargas, na Avenida Manoel Ribas, e nas vias rápidas que ligam os bairros ao Centro da capital. O trânsito estava complicado também na Avenida Presidente Arthur Bernardes e na Avenida Silva Jardim, por volta das 9h30.
Na terça-feira, o mau tempo complicou ainda mais a situação. Houve grande congestionamento nos horários de pico de trânsito e algumas pessoas levaram uma hora para fazer trechos que normalmente levam 15 minutos.
A ferramenta de acompanhamento do trânsito em tempo real do Google Maps mostrava movimento intenso na região central de Curitiba (marcações em vermelho).
Confira o melhor percurso e os trechos a serem evitados.
Acesse o serviço do Google Maps
Assim como na terça-feira, o curitibano enfrenta dificuldade de conseguir contato com as empresas de rádiotáxi da capital nesta quarta. Há táxis em alguns pontos do centro da cidade, mas em locais mais movimentados - como na Praça Rui Barbosa e em frente ao Shopping Mueller, há fila de usuários. Nos locais onde há táxi, a maioria não está vinculada a empresas de radiotáxi.
Na terça-feira, a dificuldade de pegar um táxi durou o dia todo. O taxista Edson Fernandes, associado de uma das seis radiotáxi da cidade, disse que à noite eles ainda trabalham para tentar diminuir a fila de espera por uma corrida, que em alguns casos chegava a várias horas.
As associações não estão agendando corridas por conta da grande demanda. O dirigente de uma delas disse que não há condições, desde o início da greve dos ônibus, de garantir o compromisso de pegar um usuário em determinado horário. A dica dada por alguns taxistas é ligar uma hora antes para pedir a corrida e tentar negociar que ela chegue no horário.
Os táxis estavam autorizados a circular nas canaletas dos biarticulados, já que a situação do tráfego na capital foi caótica na terça-feira. A autorização foi confirmada por parte da Secretaria Municipal de Trânsito e também pela Urbanização de Curitiba S.A. Cumprindo-se a decisão da Justiça de que ao menos 50% dos ônibus voltem a circular nesta quarta-feira, os táxis e outros veículos não poderão mais circular nas canaletas.
Segundo a Urbs, os usuários do serviço de táxi devem exigir que os motoristas cobrem o valor mostrado no taxímetro. Não está autorizada cobrança de outra forma. Se algum taxista estiver cobrando valores fixos, desconsiderando o taxímetro, o passageiro deve exigir recibo, marcar o número do táxi e fazer uma denúncia no telefone 156 (da prefeitura de Curitiba).
A grande procura de táxis nesta terça-feira fez lembrar que a Câmara de Vereadores da cidade discute um projeto de lei que prevê um aumento da frota, que hoje é de 2.252 veículos. Segundo a proposta, poderiam ser autorizadas mais 243 licenças de operação se for estabelecido o critério de um táxi para cada 700 habitantes da cidade, que, segundo o último dado do IBGE, tem 1,7 milhão de pessoas. Outra alternativa seria estabelecer o critério de um táxi para 500 habitantes, o que faria a atual frota aumentar em mais 1.241 veículos, chegando ao total de 3.493 carros.
Uma audiência de conciliação entre o sindicato dos trabalhadores e o das empresas de ônibus teve início ao meio-dia desta quarta. O Ministério Público de Trabalho (MPT) apresentou nova proposta ao Sindimoc e a oferta será votada em assembleia, às 13h30, na Praça Rui Barbosa. A proposta foi encampada pelo TRT e pelo sindicato das empresas de ônibus. A audiência no TRT foi suspensa e será retomada após a assembleia da categoria.
O reajuste salarial será de 10,5% e o vale-alimentação sobe para R$ 200. As empresas também irão pagar abono de R$ 300 (parcela única), em junho.
Se a greve não acabar, o MPT exige que 70% da frota volte a circular nos horários de pico e 50% no restante do período. O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, se comprometeu - em juízo - a colocar os ônibus nas ruas após o término da segunda parte da audiência de conciliação no MPT. Se o acordo não for cumprido, a multa será de R$ 300 mil e passa a valer logo após a reunião no TRT.
Antes da audiência, o desembargador Altino Pedrozo dos Santos, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), ouvia as propostas dos sindicatos separadamente. Santos conversou com representantes do Sindimoc e depois se reuniu com o Setransp e também com a Urbs.
Em assembleia nesta terça-feira, os trabalhadores rejeitaram a proposta feita pelo sindicato patronal durante uma audiência de conciliação. Apesar da continuidade da paralisação, a Justiça do Trabalho determinou que parte da frota deverá voltar a circular.
A proposta final apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) é de reajuste salarial de 8% e vale-alimentação de R$ 200. Segundo o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), os trabalhadores esperam aumento salarial de pelo menos 10,3%.
O desembargador Altino Pedrozo dos Santos, que comandou a sessão, concedeu a liminar que determina a volta ao trabalho de parte da frota, conforme requisitado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Com isso, 70% dos ônibus devem trafegar no horário de pico e 50% no horário normal. O desembargador ainda fixou multa de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento da decisão. A Urbs também se comprometeu a entregar as tabelas com os horários e linhas de ônibus que deverão operar em regime diferenciado na quarta-feira (15).
A liminar concedida pela Justiça Estadual, que determina um percentual de 80% de veículos nos horários de pico e 60% nos horários normais, continua valendo, de acordo com a Urbanização de Curitiba (Urbs), que solicitou a medida. Essa liminar não é reconhecida pelo Sindimoc, que entrou com um pedido de agravo de instrumento para derrubá-la. Caso o sindicato siga não cumprindo essa determinação, também deverá pagar multa diária de R$ 100 mil.
Após a assembleia, os trabalhadores construíram a proposta que vão apresentar em novo encontro no TRT, marcado para as 11h da quarta-feira (15). Os motoristas e cobradores pedem reajuste salarial de 15% e R$ 300 de vale-alimentação.
Os motoristas e cobradores iniciaram a greve por tempo indeterminado às duas horas da manhã de terça-feira (14). Após negociações com o sindicato patronal, os funcionários recusaram, em assembleia realizada na Praça Rui Barbosa na noite de segunda-feira (13), a proposta do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp). A estimativa do sindicato é que mais de três mil pessoas tenham comparecido à assembleia de segunda-feira.
De acordo com o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, o sindicato patronal apresentou uma proposta de 7% de aumento total aproximadamente 1,37% acima das perdas da inflação. Os trabalhadores exigem 40% de aumento. "Essa proposta de 7% é uma vergonha", classifica Teixeira. Ele garante que a categoria não vai aceitar um reajuste abaixo de 10,3%, valor que, segundo o Sindimoc, foi negociado com os metalúrgicos no estado.
Segundo o Sindimoc, os trabalhadores foram para os portões das 30 empresas responsáveis pelos coletivos da capital para evitar que os ônibus deixassem as garagens. O presidente ainda pediu que o movimento fosse pacífico, sem vandalismo e garantiu que continuaria em negociação com o sindicato patronal.
Além do aumento salarial, os trabalhadores apresentaram uma pauta com mais de 50 reivindicações. Entre as principais estão o reajuste de 18% no vale-alimentação e a mudança da escala de sete dias de trabalho com um de folga para seis de trabalho e um de descanso. O Sindimoc alega que "a categoria é a única que tem uma semana de oito dias". Eles ainda exigem melhorias nas condições de trabalho, aumento da verba para saúde e treinamentos para os funcionários.
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