Dilma Rousseff, presidente do Brasil| Foto: José Manuel Ribeiro/Reuters

Após duas semanas de protestos generalizados pelo país, a presidente Dilma Rousseff se pronunciou oficialmente pela primeira vez ontem à noite. De Brasília, cidade que sofreu ataques e invasões – manifestantes subiram na laje do Congresso Nacional e invadiram o Palácio do Itamaraty – a presidente deu respostas a pelo menos parte das variadas reivindicações que surgiram a partir da demanda pela redução da tarifa do transporte público em São Paulo.

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Vestindo um blazer amarelo e falando pausadamente, a presidente propôs três medidas em caráter de urgência: destinar 100% dos royalties do petróleo para a educação; criar um plano de mobilidade nacional que privilegie o transporte coletivo; e convocar médicos do exterior para ampliar o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).

Dilma Rousseff disse que também pretende conversar com chefes de outros poderes "para somar esforços" e convidar governadores e prefeitos para um grande pacto em torno dos serviços públicos.

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Sobre os protestos e passeatas, maiores manifestações populares da história recente do país, Dilma disse que tem acompanhado com atenção. "Isso mostra a força de nossa democracia e o desejo da juventude de fazer o Brasil avançar."

A presidente rechaçou os grupos violentos e os atos de vandalismo observados em diversas capitais do país.

"Se deixarmos que a violência nos faça perder o rumo, estamos desperdiçando não só uma oportunidade histórica de mudar, mas correndo o risco de colocar muita coisa a perder," disse a presidente.

"Os manifestantes têm o direito à liberdade para questionar tudo. Para propor e exigir mudanças. Para lutar por mais qualidade de vida. Para defender com paixão suas ideias e propostas. Mas é preciso fazer isso de forma pacífica e ordeira. O governo não pode aceitar que uma minoria autoritária destrua o patrimônio publico e privado", completou.

Na história

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De acordo com levantamento da Confederação Nacional dos Municípios, o Brasil vive um dos momentos políticos mais fervorosos de sua história recente, já que, em duas semanas, manifestações aconteceram em 438 municípios brasileiros, com a participação de quase 2 milhões de cidadãos de todas as idades, sem lideranças visíveis e à margem dos partidos.

O próprio movimento, que ainda esta nas ruas, defende o fim da impunidade e da corrupção e, através de cartazes, faz uma verdadeira enxurrada de reivindicações em busca de mudanças no padrão ético no exercício da política, nos quadros políticos e de administração pública.