| Foto: Juarez Rodrigues/EM/

A Polícia Civil de Minas Gerais já tem elementos suficientes para indiciar membros da Samarco sob suspeita de homicídio. A afirmação é do delegado Rodrigo Bustamante, responsável pela investigação do rompimento da barragem de Mariana, ocorrida em 5 de novembro.

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Segundo Bustamante, diretores da empresa serão responsabilizados pela tragédia que matou 19 pessoas e deixou um rastro de destruição que chega ao litoral do Espírito Santo.

“Nós temos todos os laudos de necropsia anexados aos autos. O crime de homicídio ocorreu, e se foi na modalidade culposa ou dolosa ao final apresentaremos essa conclusão”, afirmou o delegado na tarde desta sexta (5). Ele não citou nominalmente quem será indiciado.

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Diretores da Samarco já foram indiciados pela Polícia Federal no processo que investiga crimes ambientais, além da própria mineradora e uma de suas controladoras, a Vale. Um deles é o diretor-presidente licenciado, Ricardo Vescovi.

De acordo com Bustamante, a mineradora deve ser indiciada também sob suspeita de crime ambiental. O prazo de entrega do relatório final da investigação é 15 de fevereiro, mas o delegado pode solicitar o adiamento.

A Samarco foi procurada pela reportagem e informou que deve se manifestar em breve.

OPERAÇÃO

Por volta das 8h desta sexta, 17 policiais vasculharam as sedes da mineradora em Mariana e Belo Horizonte. O mandado de busca e apreensão também previa que investigadores fossem a um prédio da empresa no Espírito Santo, mas as equipes conseguiram as informações que precisavam em Minas e não estiveram no Estado vizinho.

De acordo com a Polícia Civil, o inquérito sobre o rompimento da barragem da Samarco já acumula 1.500 páginas. Cerca de 80 pessoas foram ouvidas.

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Uma equipe de 12 peritos analisará esta semana as provas coletadas, como informações sobre as condições das barragens, trocadas por e-mail.

A polícia também procura saber, por meio da documentação apreendida, se instrumentos de controle da pressão da água no solo estavam funcionando adequadamente.

O material coletado servirá para a polícia decidir se indicia os membros da mineradora sob suspeita de homicídio culposo (sem intenção de matar), com dolo eventual (quando se assume o risco de matar) ou doloso (quando há intenção de matar). Segundo os investigadores, “o dolo não está descartado”.

O desastre de Mariana completou três meses nesta sexta. Até agora, não há denúncias criminais contra possíveis responsáveis pelo rompimento.

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