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Atrasos mudam planos dos clientes das companhias

Um problema no sistema de check-in da Gol em Porto Alegre, na sexta-feira, fez com que vários passageiros não chegassem a tempo a Brasília para pegar as conexões.

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Especialistas pedem que Anac amplie a fiscalização

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deveria fiscalizar melhor as companhias aéreas, sobretudo as conexões estabelecidas e o tempo que os aviões levam no solo, desde o momento do pouso, para desembarque e embarque de passageiros.

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Brasília – As companhias aéreas brasileiras dobraram nos últimos cinco anos o tempo de utilização diária de cada aeronave, de 7 para 14 horas, o que permitiu que fosse até quadruplicado o número de aeroportos em que elas pousam por dia, que passou de apenas 2 para, em muitos casos, 8. Além disso, concentraram nos saturados terminais de Guarulhos (SP), Congonhas (SP) e Brasília 61,2% dos 20.743 vôos domésticos realizados semanalmente. O resultado dessa fórmula é o frágil quebra-cabeça que se tornou a malha aérea nacional. Isso explica por que um passageiro que tenta fazer um vôo do Rio para Maceió pode ter seus planos de férias no Nordeste abortados por causa de um forte nevoeiro que encubra a cidade de Navegantes, no litoral de Santa Catarina.

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Esse exemplo não é fictício. O vôo da TAM que sai de Navegantes, passa por Congonhas, para então pousar no Galeão – mas, ao sair do Rio com destino a Maceió, ainda faz escala em Salvador. Um levantamento feito pelo professor de Transporte Aéreo Vladimir Silva, que dirige a consultoria Instituto Cepta, garimpou outros 13 exemplos.

Segundo ele, esta é uma das explicações para que, atualmente, qualquer imprevisto no trajeto, como o fechamento de um aeroporto por condições climáticas adversas ou panes nos equipamentos de controle de tráfego, deixe no chão pessoas a milhares de quilômetros do epicentro do problema.

Na última terça-feira, por exemplo, o fechamento do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, devido a problemas meteorológicos por 17 horas impediu que um avião da Gol pousasse no aeroporto e prejudicou desde passageiros que esperavam em Brasília (a 2.100 km e desfrutando de seu tradicional céu azul de inverno) a uma conexão em Belém (ainda mais longe da capital gaúcha, quase 4,3 mil km). O vôo teria origem em Porto Alegre, seguiria para Brasília, Santarém e Belém. Muitos passageiros desceriam ali para pegar conexão para Macapá.

O "avião parador" tem na conexão em aeroportos estrangulados um complicador. O estudo de Vladimir Silva mostra que Guarulhos, Congonhas e Brasília abrigam 12.694 vôos nacionais – TAM e Gol respondem por 8.576. Boa parte deles são conexões. "Diante do número excessivo de escalas e conexões, qualquer eventualidade pode complicar a vida do usuário", afirmou Silva.

Para atender à demanda em franca expansão e com 71 aviões, a Gol é campeã em "otimizar" a frota. A empresa tem, por exemplo, um vôo que sai de Manaus, vai para Belém, passa por Fortaleza, Recife, Salvador, Rio e Congonhas. Uma pane no sistema de controle do tráfego em Manaus ou Brasília teria impacto em toda a cadeia.

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