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Curitiba

Dono de postos questiona informações do MP e nega irregularidades

Após a divulgação da lista como o nome de postos que teriam irregularidades confirmadas a partir de testes realizados em combustíveis no ano passado, responsáveis pelos postos citados negaram, nesta quinta-feira (12), as denúncias. O proprietário dos postos Trapézio e Corso, Marcelo Iwakura, questionou a informação que seus postos estariam entre os que apresentaram problema e negou ter contratado qualquer serviço da Power Bombas, de Cleber Salazar.

Iwakura reclama que não há provas sobre a denúncia apresentada pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) a partir dos testes realizados no fim do ano passado pela empresa Falcão Bauer. "Estou no Trapézio há nove anos, nunca tive qualquer problema e não sei o motivo para o posto ser colocado na lista". O proprietário ainda afirmou que está sendo prejudicado com a ampla divulgação dos nomes dos postos.

O MP-PR informou que está realizando um levantamento para verificar se os dois postos – e eventualmente algum outro da lista – realmente não mantiveram relação com a empresa de Salazar. Segundo o coordenador estadual do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti, o fato de ser ou não cliente da Power Bombas não altera o quadro da irregularidade. De acordo com Batisti, assim como os postos atendidos por Salazar não apresentavam irregularidades necessariamente, outros que não contavam com o serviço dele podem ter problemas.

O coordenador do Gaeco ainda informou que a lista não deverá aumentar, porque foi elaborada a partir de testes concluídos no ano passado. Até esta sexta-feira (13), o órgão deve divulgar uma lista informando quais os postos, entre os 44 que eram atendidos por Salazar (anteriormente havia a informação de 43 estabelecimentos), que apresentaram lacres violados nas bombas em fiscalizações do Ipem-PR realizadas entre quinta-feira (12) e sexta-feira (13). A violação dos lacres é apontada como um indício de fraude nas bombas.

Defesa

O gerente do Posto Flórida, Edirlei Calegari Alves, afirmou que não tem conhecimento do teste sobre a qualidade do combustível. "Não temos conhecimento dessa coleta da amostra para avaliação. Não temos nenhum laudo", disse o gerente. Sobre a quantidade, Alves disse que foi constatado que três blocos (peças dentro da bomba por onde passa o combustível) de etanol apresentaram vazamento, das 26 fiscalizadas. "O problema é de vazamento no bloco e não com os bicos", argumentou o gerente.

No Posto Pinheiro, o gerente do estabelecimento, Gerson Lemes, afirmou que não foi feita vistoria e que não havia irregularidades no local. "Não sabemos o motivo de o posto ter sido colocado na lista divulgada pelo Ministério Público", afirmou Lemes.

Acyr José Messias, gerente do Posto Ilha Verde, disse que o posto nunca foi notificado ou autuado pelos órgãos de fiscalização. Segundo ele, o controle de qualidade do combustível é feito constantemente e nunca houve problemas. "Temos os laudos da ANP (Agência Nacional de Petróleo) e do Inmetro informando que está tudo de acordo no posto", afirmou o gerente.

A reportagem da Gazeta do Povo tentou entrar em contato com os demais postos citados pelo Ministério Público. Nos postos Arrancadão e Paladium, funcionários informaram que os responsáveis que poderiam comentar as denúncias não estavam presentes na tarde de quarta-feira, mas poderiam ser localizados na manhã desta quinta-feira. Em novo contato telefônico, o gerente do posto Arrancadão não foi localizado nesta manhã. Ninguém atendeu aos telefonemas no posto Paladium nesta quinta-feira.

No posto Jockey, ninguém atendeu aos telefonemas feitos por volta das 19h30 de quarta-feira e nem por volta das 10 horas desta quinta-feira. No posto Victória, no Alto da Rua XV, o número de telefone informado na lista telefônica consta como inexistente. Já no Auto Posto Midas Sítio Cercado, não há informação sobre o número do telefone do estabelecimento.

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