O aumento nos casos de furto e roubo em residências (9% e 11%, respectivamente) tem ampliado um fenômeno registrados nos últimos cinco anos em Curitiba. Cada vez mais, vizinhos têm se articulado para se defender de assaltos. No Tarumã, onde a reportagem conversou com vítimas de crimes, o movimento Vizinhança em Alerta se fortalece a cada dia. Pouco mais de 100 pessoas participam de um grupo do WhatsApp onde só entra quem tem comprovante de residência no bairro. O Tarumã registrou 64 roubos no primeiro trimestre deste ano, nove a mais que no mesmo período do ano passado. Já o furto saltou de 54 para 79.
A união dos vizinhos já conseguiu instalar alarmes em postes em algumas ruas do bairro. Quando um suspeito passa, um vizinho aciona um controle remoto, que dispara a sirene. A vizinhança sai de casa rapidamente para verificar o ocorrido. “Mas nós não banalizamos a sirene aqui. Na rua de cima, toca direto. Já não ligam mais”, afirmou uma moradora, que também preferiu não ter o nome revelado.
No Pilarzinho, onde 74 roubos foram registrados entre janeiro e março deste ano, dois a mais que o ano passado, também já tem uma vizinhança organizada, com vários núcleos de vizinhos solidários. A forma de acionamento é a mesma, por alarmes e sirenes.
Somente nesta semana, o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do bairro já reunia cerca de 30 boletins de ocorrência de roubos na região para apresentar para a polícia na reunião com a comunidade.
“As pessoas estão com medo. A gente sabe que o roubo pode ter origem na exclusão social. Não queremos um bairro militarizado. É um problema mais profundo, mas a Polícia Militar está com falta de recursos para fazer o trabalho preventivo e os policiais civis não conseguem avançar na investigação”, lamentou o empresário Claudino Dias, 50 anos, presidente do Conseg.
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