A Polícia Federal (PF) divulgou o balanço da Operação Santa Clara, deflagrada nas áreas de mata nativa da região de União da Vitória e Cruz Machado, no sul do estado, na quinta-feira (11). De acordo com as investigações, que acontecem há dois anos, cerca de 70 mil metros quadrados de mata nativa foram retirados da região anualmente, o equivalente a 30 campos de futebol. Nesse período foram apreendidas 100 toneladas de carvão, caminhões e centenas de documentos frios.
De acordo com a PF, as árvores eram transformadas em carvão ainda em solo paranaense. Por meio de documentos falsos, que diziam que o material vinha do Paraguai, a quadrilha tinha livre circulação pelas rodovias federais até chegar em Joinville (SC). Por lá, o carvão era estocado em um barracão e comercializado.
A PF ainda não tem um número estimado de envolvidos no esquema. No entanto, foram cumpridos nesta semana 16 mandados de busca e apreensão e condução coercitiva, quando a pessoa é levada para depoimento.
Em União da Vitória, foram dois mandados de busca e apreensão e seis de coercitivas. Em Cruz Machado, um de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva. Já do lado catarinense, em Joinville, a Polícia Federal cumpriu três buscas e apreensões. Uma pessoa, que seria levada depoimento, foi presa por porte ilegal de arma, mas ainda na delegacia de União da Vitória pagou fiança e foi liberada.
Segundo a PF as investigações nos municípios paranaenses não terminaram e será deflagrada uma segunda fase da Operação Santa Clara ainda neste ano. A intenção é coibir o desmatamento de áreas nativas de mata nos municípios.
A operação, que leva o nome da santa protetora das plantas, teve a participação de 40 policias federais e o apoio de mais 20 agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).