A direção do Colégio Estadual Regente Feijó, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, utilizou a imprensa local para convocar os estudantes para voltar às aulas nesta quarta-feira (27). Segundo a diretora auxiliar da instituição, Cleozy Santos, a decisão considerou que parte dos professores já estava trabalhando, além da preocupação com a chegada dos vestibulares e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
“Em princípio, os estudantes que não vierem não vão levar faltas”, disse. Na manhã desta quarta-feira (27), cerca de 120 alunos e dez professores compareceram à escola. A direção do colégio já enviou ao Núcleo Regional de Educação as faltas dos professores em greve.
O Núcleo orientou os diretores a assinalar presença para os estudantes que estão assistindo às aulas, e deixar a lista em branco para os que não estão comparecendo. O órgão não soube informar se esses alunos terão as faltas registradas, pois o novo calendário letivo ainda está em negociação, e confirmou que alguns diretores da cidade enviaram as faltas dos professores grevistas. Nas 114 escolas das onze cidades dos Campos Gerais atendidas pelo Núcleo de Ponta Grossa, 48 escolas funcionam parcialmente, e 20 totalmente.
Segundo a representante da APP-Sindicato em Ponta Grossa, Vera Morais, a iniciativa da direção do colégio é um ato isolado e não foi discutido com a entidade. “Uma greve começa e termina com uma assembleia e não houve assembleia”, diz. Vera ainda questionou a responsabilidade da escola com os alunos que vão assistir às aulas e ficam sem professores, já que apenas uma parte dos docentes tem comparecido para trabalhar. O Colégio Estadual Regente Feijó tem cerca de 2.500 alunos e 140 professores. Durante toda a greve, a instituição seguiu parcialmente com as atividades.
O envio das faltas dos professores ao Núcleo não é um consenso. Nessa semana, alguns diretores que apoiam a greve já comunicaram que não vão disponibilizar a informação ao órgão.
Ao chegar nesta quarta-feira (27) pela manhã para as aulas, professores e estudantes se depararam com um cadeado no portão principal do colégio, e o Corpo de Bombeiros foi chamado para rompê-lo. Nas demais portas de acesso, havia uma massa nas fechaduras. Segundo a direção, câmeras de segurança identificaram o responsável e será feito um boletim de ocorrência. A representante da APP-Sindicato disse que não partiu do comando de greve nenhuma orientação para esse bloqueio.
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