O setor de limpeza de caixas dágua é um dos mais prejudicados pelo racionamento de água em Curitiba. As empresas que oferecem o serviço prevêem uma redução de até 50% nos pedidos durante o período em que vigorar o rodízio de abastecimento implantado pela Sanepar na última sexta-feira. Este é o terceiro racionamento imposto na capital. O primeiro foi em 1985; o segundo, em 1995.
O sócio-proprietário da A. Abrasil TDK, José Juarez Martins, prevê que a média de 30 pedidos por mês caia pela metade. Ele diz, no entanto, que a prioridade é mesmo economizar água. "Estamos conscientizando todos para que adiem o serviço. É preciso colaborar nesse momento de dificuldade e mostrar o lado da responsabilidade social da empresa."
A empresa Biotrat, por sua vez, já suspendeu as limpezas agendadas. "Agora não é o momento de limpar reservatórios", afirma o supervisor operacional da empresa, Juarez Martins. De acordo com ele, o rodízio de água deve gerar um prejuízo de 30% no faturamento da empresa, que está atendendo somente a casos emergenciais, como limpeza de reservatórios de hospitais e farmácias de manipulação. "São locais fiscalizados semestralmente pela Vigilância Sanitária. E mesmo assim marcamos horário para pegar a caixa dágua vazia."
A empresa Água Boa Serviços segue o mesmo caminho. "Em caso de reclamações de insalubridade da água, entramos num acordo para que o cliente gaste toda a água da caixa antes da limpeza. Assim, evitamos desperdício", garante o proprietário, Luiz Antônio Cubek.
O racionamento de água teve início na última sexta-feira em parte de Curitiba e dos municípios da região metropolitana. A medida foi tomada para atenuar o baixo no nível dos reservatórios, conseqüência da falta de chuvas que afetam a região Sul do país. O rodízio atinge as regiões atendidas pelas barragens Piraquara e Iraí, num total de 1,8 milhão de pessoas. Uma vez por semana, parte dos bairros de Curitiba ficar sem água por 26 horas (das 14 horas até as 16 horas do dia seguinte). O racionamento será mantido pelo menos até setembro, quando se espera que as chuvas reponham a água nos reservatórios. As regiões oeste e sul da capital e os municípios próximos não têm racionamento. Eles são atendidos pela barragem Passaúna, que está com 80% de sua capacidade de armazenamento.
Neste domingo é a vez do Grupo 3
Às 14h deste domingo, é a vez da Sanepar fechar os registros dos 26 bairros - todos de Curitiba - que compõem o Grupo 3. Neste grupo vivem 186.718 pessoas, segundo a companhia. O bairro São Francisco será afetado integralmente. Os demais, parcialmente. São eles: Abranches, Água Verde, Ahú, Alto Boqueirão, Batel, Bigorrilho, Bom Retiro, Boqueirão, Campina do Siqueira, Centro, Centro Cívico, Fanny, Guabirotuba, Guaíra, Hauer, Jardim das Américas, Mercês, Parolin, Pilarzinho, Prado Velho, São Lourenço, Seminário, Uberaba, Vila Izabel, e Vista Alegre.
O fornecimento de água nos bairros do grupo 3 deve ser normalizado a partir de 16h de segunda-feira.
Grupo 4: Mais de 313 mil ficarão sem água na segunda
Antes mesmo de abrir os registros nos bairros do grupo 3, a Sanepar estará interrompendo, às 14h, o abastecimento de 13 bairros de Curitiba e parte dos municípios Almirante Tamandaré e Colombo - pertencentes ao Grupo 4. Neste selecionado, os bairros Barreirinha, Boa Vista, Cachoeira, Santa Cândida, São Lourenço, Taboão e Tingüi serão atingidos totalmente.
De forma parcial, serão afetados Abranches, Ahú, Atuba, Bacacheri, Cabral, Centro Cívico, em Curitiba. A partir do início da tarde de segunda-feira, 313.118 pessoas ficarão sem água até as 16h de terça-feira, quando o fornecimento começa a ser normalizado.
Serviço: Veja o dia do rodízio na sua rua: www.sanepar.pr.gov.br. É preciso informar o número da matrícula.
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