Por volta das 7 horas do último sábado, moradores das ruas Antonio Setin e André Moro, no bairro Afonso Pena, em São José dos Pinhais, foram surpreendidos por uma enxurrada que deixou vários estabelecimentos inundados e destruídos. Moradores e comerciantes dizem que a água veio de reservatórios que fazem a drenagem da pista do Aeroporto Afonso Pena. A Infraero nega que existam reservatórios no terminal e que tenha causado a enxurrada.
O local mais atingido foi a escola estadual Godofredo Machado. A água que desceu pelos fundos do aeroporto atingiu a frente da escola, atravessou a área interna e invadiu as salas de aula, quebrando até mesmo a parede de uma delas. Cadeiras, mesas e armários estão irrecuperáveis. A água estragou também computadores, televisões, freezers e geladeiras. A escola perdeu todo o estoque de alimentos.
Segundo a diretora Marta Conceição Munhoz, essa não é a primeira vez que a escola é atingida por uma enxurrada vinda da direção do Afonso Pena. A previsão é de que a escola possa receber as 350 crianças e adolescentes matriculados somente na semana que vem. Além da reconstrução do que foi perdido, o local precisa ser desinfetado pela grande quantidade de ratos mortos encontrada, o que traz riscos de contágio por leptospirose.
Além da escola, a empresa de cosméticos Picco Pioneer também foi um dos pontos mais destruídos da região. O andar térreo do prédio, onde são produzidos os cosméticos, foi tomado pela água, que alcançou um metro e meio de altura. Franciele Bruxel, proprietária da empresa, estima que seja necessário pelo menos um mês para retomar a produção. Segundo a empresa, outras enxurradas já desceram da direção do aeroporto antes, mas essa foi a maior. A empresa pretende acionar a estatal na Justiça caso a responsabilidade não seja assumida.
Resposta
Prefeitura de São José e Infraero estudam novo sistema de drenagem
Na tarde de ontem, o secretário de Obras de SJP, Leandro Pazinatto Rocha, reuniu-se com o superintendente da Infraero no Afonso Pena, Antonio Pallu, para discutir quais medidas deverão ser tomadas a partir de agora.
Rocha reiterou que não existem reservatórios de água com comportas no aeroporto, mas sim uma estação de tratamento de esgoto. "A inundação foi consequência das chuvas intensas que atingiram a região nos últimos dias. Um grande volume de água acumulou no próprio terreno do aeroporto e escorreu pelo morro em direção às ruas atingidas", explicou.
De acordo com o secretário, a Infraero afirmou ter um projeto de drenagem em desenvolvimento na área. A prefeitura comprometeu-se a verificar a existência do projeto e a investigar formas de desenvolver um sistema de contenção de cheia na região.