Uma equipe de reportagem do programa CQC, da Rede Bandeirantes, foi agredida durante a gravação de uma reportagem em Matinhos, no Litoral do Paraná, sobre creches da prefeitura. A denúncia sobre duas creches que deveriam ter sido entregues em 2012 foi feita pela Gazeta do Povo em abril de 2015, quando o Ministério Público do Paraná (MP-PR) afirmou que iria apurar o caso. Quatro meses depois, as creches continuam inoperantes.

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A equipe do repórter Juliano Dip foi ameaçada e agredida por funcionários da prefeitura. Segundo a Prefeitura de Matinhos, o prefeito Eduardo Dalmora (PDT) não estava na cidade no momento em que o fato aconteceu. “Foi instaurado processo administrativo disciplinar para apurar a conduta dos funcionários envolvidos”, informou o Executivo, em nota.

Na reportagem, um dos homens que ameaça o repórter dizia ser policial, o que não era verdade. A equipe só saiu da sede da prefeitura quando uma viatura da Polícia Militar apareceu para registrar a ocorrência e fazer a segurança dos jornalistas. A PM informou, em nota, que apenas prestou atendimento à ocorrência e, “prezando pela segurança da equipe do CQC, uma viatura da PM se prontificou a acompanhá-la até que ela [a equipe] saísse das imediações”.

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Relembre caso

O Ministério Público do Paraná recebeu, em abril de 2015, uma denúncia de que a construção de uma creche foi usada para desviar dinheiro público. O dono da construtora que executou a obra afirmou, na época, na Câmara de Vereadores, que o contrato foi aditivado e que o dinheiro liberado pelo Governo Federal para custear a obra não foi aplicado integralmente. Além disso, a obra deveria ter sido finalizada em 2012, mas só foi concluída em 2013. Outra creche, construída na mesma época, também apresentava problemas. Por isso, as duas unidades nunca foram utilizadas.

A Prefeitura de Matinhos informou que as empresas que executaram as obras não cumpriram os contratos e que as construções apresentam “problemas que devem ser corrigidos”. Ainda de acordo com o município, “as empresas foram notificadas, multadas e tiveram os contratos cancelados, e após respeitados todos os prazos exigidos por lei, novos processos de licitação foram feitos e isso leva tempo, novas empresas foram contratadas e as obras para finalização foram retomadas. Ainda não há uma data exata para entrega das creches, o esperado é que isto aconteça ainda este ano”, diz o texto.