21 projetos para melhorar a cidade são apresentados no Festival de Ideias

Compartilhar propostas e sugerir ideias criativas e inovadoras para o futuro das cidades. Esse é o objetivo dos 21 projetos inscritos no Festival de Ideias da Conferência Internacional das Cidades Inovadoras (CICI 2014), que ocorre em Curitiba até esta sexta-feira (9). Durante o evento, os expositores discutem soluções para problemas da cidade e propõem melhorias.

Os projetos selecionados foram distribuídos em seis eixos: mobilidade urbana, infraestrutura, tecnologias sociais, empreendedorismo, viver a cidade e eficiência. Além disso, três projetos foram selecionados para a categoria "tema livre".

Confira alguns destaques entre os expositores:

Empreendedorismo

Há oito meses Dan Querolo fundou a start up Sou Artista com o objetivo de transformar artistas em empreendedores. A plataforma digital oferece gratuitamente a possibilidade para profissionais de todo o país criarem um portfólio online e se candidatarem a oportunidades de trabalho. Além disso, o site oferece informações sobre economia criativa e mercado cultural.

Querolo conta que a ideia surgiu pelo envolvimento com o meio artístico. "Minha família era de circo, então vivi com artistas a vida toda", explica o fundador da start up. O Sou Artista surgiu para tentar resolver problemas comuns a quem vive da arte e auxiliar o profissional a gerenciar a própria carreira. "Todos os artistas têm os mesmos três problemas: encontrar trabalho, encontrar informações relevantes e ter a disposição cursos para que sejam empreendedores", diz.

Hoje a plataforma conta com 800 artistas cadastrados em 70 cidades brasileiras. Nos próximos meses, deve ser lançado um curso online para formar artistas empreendedores. O site da start up é www.souartista.pro.

Energia

O engenheiro elétrico Daniel Rocha apresenta no Festival de Ideias uma solução para geração de energia. "A ideia é usar um pêndulo como forma autônoma de energia", explica. O projeto pode auxiliar na alimentação de energia de sinais de trânsito e iluminação pública, por exemplo.

A ideia consiste em um pêndulo com uma parte elétrica e eletromecânica que utiliza a gravidade (o movimento natural do pêndulo) como momento de criação de energia. Essa energia criada é usada para completar o movimento e fazer com que o objeto dê uma volta de 360°. Sozinho, ele gera energia de forma autônoma, mas se usado nas redes de energia elétrica comuns, pode aumentar a potência da energia transmitida.

"Ele pode transformar 12 volts iniciais em até 72 volts de energia final de maneira eletromecânica, por exemplo", explica o engenheiro. "Com isso, o insumo real da rede pode ser menor, gerando economia de energia. Se eu preciso de 110 volts em casa, com o pêndulo funcionando eu posso pegar uma voltagem menor e aumentar a potência pela mecânica", explica.

Rocha conta que a ideia surgiu em 2010, mas o primeiro protótipo ficou pronto apenas em 2012. "Foram quatro meses para a construção do protótipo, que custou R$ 6 mil", afirma. O material usado é todo reciclado e a tecnologia é 100% paranaense.

Mobilidade Urbana

O arquiteto Guilherme Dias de Macedo apresenta no festival um projeto para readequação das estações-tubo de Curitiba. De acordo com o arquiteto, as estações atuais têm pelo menos 45 pontos que precisam ser melhorados.

O objetivo das readequações é melhorar o fluxo de pessoas e a qualidade térmica dos espaços. Entre as melhorias sugeridas estão aumentar as portas de embarque de uma para duas nos tubos convencionais, uso de portas de correr ao invés de plataformas, instalação de uma cabine fechada e um banheiro para os cobradores, colocação de um piso que gere energia a partir da movimentação de pessoas e a colocação de bancos.

Outra opção, de acordo com o arquiteto, é a colocação de painéis retos por fora dos tubos. "Ao invés dos tubos serem redondos, seriam quadrados, mas sem perder a estrutura inicial que é um ícone da cidade", explica Macedo. De acordo com ele, essa alteração poderia interferir na temperatura dentro do ambiente, tornando-a mais adequada.

"Macedo explica que a ideia ainda está em construção. "É um processo de co-criação. As pessoas aqui estão dando sugestões para melhorar o sistema", conta.