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em protesto

Estudantes mantêm invasão em prédio da Assembleia Legislativa de SP

Estudantes ocupam prédio do Centro Paula Souza em São Paulo | Rovena Rosa/Agência Brasil
Estudantes ocupam prédio do Centro Paula Souza em São Paulo (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Cerca de 70 alunos de colégios estaduais passaram a madrugada desta quarta-feira (4) no plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na zona sul da capital. Os estudantes, que entraram no edifício no fim da tarde de terça (3), pedem a aberta de uma CPI para investigar irregularidades na merenda escolar.

A movimentação no local durante a madrugada foi tranquila. De acordo com a segurança privada da Alesp, os jovens dormiam sem fazer qualquer tipo de tumulto ou bagunça no prédio. Na parte externa do edifício viaturas da PM faziam a segurança.

A invasão da assembleia se seguiu à ocupação de escolas técnicas por estudantes que reivindicam a oferta de alimentação. No total, o movimento chegou a sete unidades da gestão Alckmin (PSDB).

Quatro tiveram atividades paralisadas: a Etesp, na região central, a Basilides de Godoy, na Vila Leopoldina (zona oeste de SP), a Jardim Paulistano, na zona norte, e a Santa Ifigênia, que funciona no Centro Paula Souza, também ocupado pelos alunos.

Ocupações

Desde a última quinta-feira (28), estudantes ocupam o Centro Paula Souza, pedindo melhorias nas merendas distribuídas nas Etecs (escolas técnicas estaduais). O Paula Souza é o responsável pela administração de 219 Etecs e 66 Fatecs (faculdades de tecnologia), em mais de 300 municípios.

Após ordem de reintegração de posse expedida no domingo (1º), a Polícia Militar entrou no prédio ocupado pelos estudantes na manhã de segunda-feira (2), sob ordem do secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes.

A entrada da PM, justificada pela secretaria como um meio de assegurar o acesso dos funcionários do Paula Souza ao local de trabalho, foi considerada ilegal pela Justiça de SP, por não haver mandado para o cumprimento da reintegração. Depois de determinação para deixar o centro, a PM saiu do prédio na noite de segunda.

A audiência de conciliação que decidirá sobre a reintegração de posse foi marcada para esta quarta-feira (4).

Após a entrada dos alunos no Centro Paula Souza, mais quatro escolas foram ocupadas e outras três tiveram registro de manifestações, as Etecs de Pirituba e Jaraguá, na capital paulista, e de Embu, na região metropolitana. Apenas na escola de Jaraguá as aulas foram totalmente interrompidas.

Estudantes ocupam o Centro Paula Souza, autarquia que administra as Etecs de SP, e quatro escolas técnicas.

Alckmin deixou de investir R$ 44 milhões em Etecs e Fatecs

Estadão Conteúdo

Os investimentos feitos pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) no Programa Estadual de Educação Profissional e Tecnológica caíram 36,3% em 2015. Segundo dados da Secretaria Estadual da Fazenda, foram aplicados pelo Centro Paula Souza no ano passado R$ 44,1 milhões a menos do que em 2014 em obras, instalações e compra de equipamentos e material educativo nas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e Faculdades Tecnológicas (Fatecs).

Dados extraídos pela reportagem do Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentário (Sigeo), atualizado diariamente pela Fazenda, mostram que foram investidos no programa R$ 77,3 milhões no ano passado, ante R$ 121,4 milhões em 2014. Os valores já estão corrigidos pela inflação do período. O ano de 2015 foi marcado pelo agravamento da crise econômica do País, que derrubou o PIB nacional em 3,8% e provocou uma queda de 4,6% na arrecadação do Estado.

Na execução de obras e instalações, os investimentos caíram de R$ 70,2 milhões, em 2014, para R$ 51,8 milhões no ano passado. Na compra de equipamentos, como itens de informática, mobiliário e materiais educativos, a queda foi ainda maior, de R$ 50,8 milhões para R$ 25,5 milhões.

Atualmente, o Centro Paula Souza administra 219 Etecs e 66 Fatecs no Estado.

Neste ano, o ritmo dos investimentos é ainda menor. Segundo o Sigeo, foi aplicado apenas R$ 1,3 milhão de janeiro até abril, dos quais R$ 256 mil em obras e instalações e pouco mais de R$ 1 milhão em equipamentos. “A merenda foi o estopim de tudo isso, mas a gente vive na pele a falta de estrutura. Faltam carteiras, computadores e tem salas com goteiras há meses”, disse Rachel Drobitsch, de 16 anos, aluna da Escola Técnica de São Paulo (Etesp), na região central da capital.

A queda dos investimentos acompanha também a redução do número de inaugurações de Etecs. No ano passado, apenas uma unidade foi aberta, em Itaquera, zona leste da capital, além de duas Fatecs. Entre 2011 e 2014, foram 26 novas escolas e 14 faculdades.

Expansão

Em nota, o Centro Paula Souza informou que o “orçamento da instituição prevê recursos para todas as suas áreas, e não apenas para as Etecs”, e “vem priorizando não mais a construção de novas unidades, mas justamente a melhoria da estrutura das existentes”. Segundo a autarquia, o número de Etecs subiu de 126 para 219 (74%) com o plano de expansão implementado na última década, e o de Fatecs mais do que dobrou, de 26 para 66, atendendo à maior parte dos municípios com mais de 35 mil habitantes”. Neste ano, devem ser entregues 4 Etecs e 1 Fatec.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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