Resultados
Está em fase de conclusão o relatório elaborado pela sindicância composta por integrantes da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba e do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) do Ministério da Saúde.
O dados do relatório, que deve ser divulgado nos próximos dias, vão indicar o aspecto da regularidade do serviço de saúde a partir da análise das condições físicas da unidade, os procedimentos e reformas antes da reabertura da UTI, com uma nova equipe médica, em março deste ano. A parte criminal continua sob sigilo de justiça. As informações são da assessoria da Ministério da Saúde.
A equipe analisou cerca de 1,8 mil prontuários médicos de pacientes que morreram na UTI do hospital entre 2006 e 2013, período em que a médica Virgínia Helena Soares de Souza chefiou a unidade. A avaliação destacou aproximadamente 300 casos, entre denúncias de familiares e profissionais de saúde, casos de pacientes citados em escutas telefônicas e uso de medicamentos fora dos parâmetros para o tratamento clínico desses pacientes.
A sindicância também auxilia nos trabalhos do Ministério Público do Paraná e do Núcleo de Combate a Crimes Contra a Saúde (Nucrisa), que resultaram no inquérito criminal entregue à Justiça.
Em entrevista, doutora Virgínia nega abreviar mortes
Pela primeira vez e dois meses depois de deixar a prisão, a médica Virgínia Helena Soares de Souza, de 57 anos, suspeita de acelerar a morte de pacientes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico de Curitiba, falou sobre as pesadas acusações que sofre na Justiça em uma longa e detalhada entrevista à edição deste mês da revista Piauí. Ela se defendeu das acusações e disse que nunca cometeu o ato de abreviar a morte de alguém que estava sob a responsabilidade dela.
Uma equipe de médicos, enfermeiros e assessores jurídicos do Hospital Evangélico, em Curitiba, retomou a investigação interna sobre a possível antecipação de mortes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) geral do estabelecimento. As acusações recaem principalmente sobre a médica Virgínia Helena Soares de Souza, ex-chefe da UTI do hospital.
As informações foram divulgadas pela assessoria de imprensa da entidade nesta quinta-feira (6). O órgão afirmou não ser possível antecipar qualquer conclusão, tendo em vista que o trabalho de apuração ainda está em fase inicial. Também não foi estabelecido um prazo, pela equipe que fará a análise, para a entrega ou divulgação de um parecer sobre o assunto.
Os trabalhos de sindicância interna estavam travados, segundo a entidade, porque o hospital não havia conseguido, até agora, acesso aos sete prontuários que são a base da investigação da Polícia Civil sobre o caso. A cópia dos documentos que integram a apuração policial - que motivou a denúncia do Ministério Público (MP-PR) - foi obtida pelo hospital com a Justiça. A denúncia foi aceita pelo Tribunal do Júri no último dia 15 de março e está em trâmite desde então. Um novo pedido de prisão da médica, inclusive, deve ser analisado ainda neste mês.
Quando o caso veio à tona, em fevereiro, pelo menos outras duas sindicâncias foram abertas em paralelo à investigação policial. Uma delas foi iniciada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), que informou, via assessoria nesta quinta (6), que o processo continua em andamento. O órgão não confirmou que irá analisar os prontuários liberados nesta semana e disse não poder repassar detalhes da investigação, que é sigilosa.
A segunda apuração é feita por uma comissão que possui membros da Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e do Ministério da Saúde (MS). A assessoria do órgão informou que o relatório da investigação está sendo concluído e deverá ser encaminhado nos próximos dias ao Ministério Público do Paraná e à Polícia Civil, que conduzem as investigações na esfera criminal. O relatório deverá conter informações sobre as condições físicas da unidade, com base na estrutura e nos procedimentos utilizados antes da reabertura da UTI, em março deste ano. As informações criminais continuam sob sigilo.
Denúncia
A denúncia apresentada à Justiça pelo Ministério Público (MP-PR) aponta que Virgínia teria abreviado a vida de pacientes com o objetivo de "girar a UTI", ou seja, de abrir novas vagas no centro médico. A denúncia atribui a ela sete mortes ocorridas entre 2006 e janeiro deste ano. O MP-PR afirmou, no documento, que ela, com ajuda de alguns profissionais do hospital, agiam como se tivessem o poder de decretar quais pacientes teriam o direito a permanecer vivos no centro médico.
A médica Virgínia Helena Soares de Souza, que foi a primeira pessoa a ser presa, é acusada de coautoria em todas as sete mortes. Os outros médicos denunciados são: Maria Israela Cortez Boccato; Edison Anselmo da Silva Júnior; e Anderson de Freitas. Também são acusadas as enfermeiras Patrícia Cristina de Goveia Ribeiro e Lais da Rosa Groff. De acordo com o MP-PR, cada qual a seu tempo, participou em pelo menos uma das mortes ocorridas na UTI do Evangélico.
Outras duas pessoas foram denunciadas pelo crime de formação de quadrilha - a fisioterapeuta Carmencita Emília Minozzo e o enfermeiro Claudinei Machado Nunes. Eles não chegaram a ser presos durante as investigações.
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