O ex-comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná coronel Jorge Luiz Thais Martins negou, neste sábado (29), ter matado nove usuários de drogas entre agosto de 2010 e janeiro de 2011 nas imediações do bairro Boqueirão, em Curitiba. Martins acusou um policial militar de ser o autor da série de assassinatos. As declarações foram dadas ao repórter Juliano Cunha, no telejornal Band Cidade, da Band.

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"Sou inocente e fui escrachado. Não esperaram o julgamento para me condenar", declarou. O ex-comandante se apresentou à polícia na sexta-feira (28) e está detido no Quartel da Polícia Militar em Curitiba. "Por tudo que fiz nos meus 37 anos de serviço, não merecia isso", disse.

O coronel é suspeito de ter cometido cinco atentados que resultaram na morte de nove pessoas e deixaram outras cinco feridas. Os crimes teriam começado depois de o filho dele ser assassinado, em um assalto no bairro Boqueirão em outubro de 2009, quando deixava a namorada em casa.

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Martins acusou um Policial Militar de ser o autor dos crimes. Segundo o coronel, o PM também teve um parente assassinado naquela região com golpes de chave de fenda. "O que consta dos autos, este policial militar jurou que iria se vingar em cima de todos os drogados da região", declarou.

A coronel acredita em uma confusão das testemunhas no momento da identificação. "As testemunhas descreveram o autor como um homem de cabelo grisalho e curto. São características que batem comigo, mas com este outro militar também", afirmou.

Segundo o ex-comandante, sua arma de serviço, uma pistola ponto 40, é a única que já teve e que jamais foi disparada. Ele garantiu que a pistola será entregue à perícia na segunda-feira (31). "Jamais mataria estas pessoas. Se tivesse que matar, mataria a pessoa que puxou o gatilho e disparou quatro vezes contra meu filho", declarou.

Durante toda a entrevista, o ex-comandante do Corpo de Bombeiros permaneceu de costas, sem mostrar o rosto.

Caso

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Na sexta-feira, a ex-delegada titular da Delegacia de Homicídios (DH), Vanessa Alice, disse que o ex-comandante agia sozinho nos homicídios. Mas a delegada confirmou que ele teria contado com a ajuda de outras pessoas para fazer ameaças as testemunhas, vítimas e moradores próximos aos locais dos crimes.

De acordo com fontes ligadas à polícia, ouvidas pela Gazeta do Povo, em todos os casos foram atacados grupos de usuários de droga ou pessoas que estavam em pontos tradicionais de encontro de usuários. Em apenas um dos atentados não houve sobreviventes.

Os crimes teriam começado depois do assassinato do filho do coronel, morto em um assalto no bairro Boqueirão em outubro de 2009, quando deixava a namorada em casa no início da manhã.

Em entrevista coletiva, o advogado do ex-comandante, Eurolino Sechinel dos Reis, disse que o inquérito policial foi mal construído e alegou que não existem provas contra o coronel.

Filho assassinado

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O filho do coronel, Jorge Guilherme Marinho Martins, foi assassinado na manhã do dia 22 de outubro de 2009 durante uma tentativa de assalto no bairro Boqueirão, em Curitiba. Martins, de 26 anos, foi abordado por volta das 6h30 na Rua Conde de São João das Duas Barras, quando estava em um carro acompanhado de sua namorada, Jéssica de Andrade Casas, de 21 anos. Eles voltavam de uma festa e o homicídio ocorreu em frente à residência da garota. O rapaz morreu no local, enquanto Jéssica foi atingida no antebraço direito e no tórax.

As investigações do caso revelaram que dois usuários de drogas poderiam ter cometido o crime, mas eles foram liberados por falta de provas. As pessoas que teriam sido mortas pelo coronel seriam usuários de droga e estavam no mesmo bairro onde seu filho foi morto, mas não teriam ligação com aquele crime.

Uma pessoa, que não foi identificada, e que teria sobrevivido a um dos ataques feitos pelo coronel revelou que ele agia com a cara limpa e arma em punho. Ele relatou que foi abordado durante a noite e, mesmo com a escuridão, ele conseguiu ver o rosto de Martins.

Veja o mapa com a localização de cada crime

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