O ex-secretário de segurança de São Paulo Pedro Franco de Campos afirmou nesta terça-feira (16) que "a necessidade de entrada da Polícia Militar na Casa de Detenção era absolutamente incontestável". Ele foi a quinta pessoa a depor nesse segundo dia de julgamento sobre a morte de 111 presos em 1992.
Campos disse que foi informado pelo coronel Ubiratan Guimarães de que era necessário invadir o pavilhão 9 do Complexo do Carandiru devido à rebelião que acontecia no local. Segundo ele, as autoridades temiam que o confronto entre presos se estendesse também para o pavilhão 8. "Havendo necessidade, o senhor está autorizado a entrar", disse ele ao coronel que comandou a invasão.
O ex-secretário, que hoje é procurador de Justiça, disse não saber se a facção PCC surgiu por conta do massacre. "Depois que saí [da secretaria] não tive interesse em segurança pública nem em assuntos penitenciários", completou. Depois dele foi ouvida ainda a juíza Sueli Zeraik Armani, convocada pela defesa para falar de rebeliões em presídios do Estado. O depoimento durou cerca de dez minutos. O julgamento então foi interrompido e deve ser retomado ainda hoje com o interrogatório dos 26 PMs réus do processo.
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