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Tragédia na fronteira

Familiares choram seus mortos

Toledo - Gracieli de Menezes perdeu o pai, Milton Gonçalves, 44 anos, na chacina de Guaíra. A jovem conta que era quase meio-dia de segunda-feira quando o pai, que estava em casa, no bairro Zebalos, recebeu um telefonema. "Ele ficou muito nervoso e disse que precisava sair".

No fim da tarde, no frigorífico onde trabalha, Gracieli recebeu a notícia sobre a morte de 15 pessoas, entre elas seu pai. "No começo achei que era brincadeira, mas depois a ficha caiu", lamenta. Sobre o pai, ela diz que ele trabalhava como pedreiro, mas admite que de uns tempos para cá havia se envolvido com o contrabando na fronteira. "Meu pai passava cigarros. Ele tinha um barco".

A jovem de 25 anos era apenas uma das pessoas que aguardavam a liberação dos corpos no IML de Toledo. Em um banco na sala de espera, cerca de dez pessoas estavam na mesma situação.

No IML de Toledo também estava Sérgio Soares, irmão de Jossimar Marques Soares, 41 anos, o "Polaco", dono do sítio em Guaíra. Sérgio aguardava a liberação dos corpos do irmão e de dois sobrinhos, também mortos: Mizael, 16, e Karen, 18. "Foi horrível o que fizeram. Eu estive no sítio e vi que eles mataram tudo que era vivo. Até papagaio, cachorro, galinha. Qualquer pessoa que estivesse lá ou aparecesse por lá seria morta".

Sergio, que mora em Toledo, conta que o irmão era uma espécie de caseiro no sítio que pertence à família. Sobre os motivos que teriam levado à chacina, diz que não sabe o que aconteceu. "A gente ouve comentários. Mas o que sabemos é que o que aconteceu foi uma brutalidade".

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