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Itaperuçu e Rio Branco do Sul

Famílias atingidas pela chuva têm Natal sem brinquedos

Elisama Ferreira, 9 anos, perdeu todas as bonecas por causa da enchente e também não ganhou presentes neste natal | Daniel Castellano / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Elisama Ferreira, 9 anos, perdeu todas as bonecas por causa da enchente e também não ganhou presentes neste natal (Foto: Daniel Castellano / Agência de Notícias Gazeta do Povo)
Moradores do Jardim Saara, em Itaperuçu, sofreram com a enchente causada pela chuva que caiu na última segunda-feira (25) |

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Moradores do Jardim Saara, em Itaperuçu, sofreram com a enchente causada pela chuva que caiu na última segunda-feira (25)

A família formada por Jandira, 39, Amadeus, 38, Gabriel, 11 e Elisama, 9, consideram que o natal não

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A família formada por Jandira, 39, Amadeus, 38, Gabriel, 11 e Elisama, 9, consideram que o natal não

As manilhas que fazem a drenagem da rua estão completamente entupidas por terra e romperam com a força da água |

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As manilhas que fazem a drenagem da rua estão completamente entupidas por terra e romperam com a força da água

O colchão ficou encharcado e vai servir a partir de agora apenas para a cama de cães |

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O colchão ficou encharcado e vai servir a partir de agora apenas para a cama de cães

Brinquedos viraram lixo após chuva atingir casa de família em Itaperuçu |

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Brinquedos viraram lixo após chuva atingir casa de família em Itaperuçu

Em Rio Branco do Sul, papai noel passou em carreata em frente a uma das casas afetadas |

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Em Rio Branco do Sul, papai noel passou em carreata em frente a uma das casas afetadas

Poças de água e lama ainda podiam ser vistas, três dias após a chuva mais forte que atingiu a Itaperuçu |

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Poças de água e lama ainda podiam ser vistas, três dias após a chuva mais forte que atingiu a Itaperuçu

Em pleno dia de Natal, nenhuma das bonecas e carrinhos dos irmãos Elisama, 9 anos, e Gabriel, 11, podiam ser usados para brincar. Os dois também não ganharam novos presentes. Ontem, para Jandira Ferreira, 39, e Amadeus Ferreira, 38, os pais das crianças, foi dia de recuperar o que sobrou após a casa da família ter sido invadida pela enxurrada. "Eu não soube o que dizer quando minha irmã me ligou de manhã para desejar feliz Natal. Lá tinham feito um monte de comida e eu aqui não tinha nem feijão pronto. Acabamos de comer qualquer coisa", disse Jandira, às 17 horas.

Apesar do relato carregado de tristeza, era gratidão o que sentiam vizinhos e amigos. Eles só pensavam que poderia ter sido pior. Elisama e Gabriel estavam sozinhos em casa, quando a chuva atingiu fortemente Itaperuçu, na Região Metropolitana de Curitiba. Era antevéspera de Natal e os vizinhos ajudaram as crianças. De repente, em questão de minutos, todos se viram mergulhados na água suja da enchente. Escadas foram colocadas no muro para resgatar os irmãos. Para os pais, esse fato torna a tarefa de conseguir novos colchões, toalhas, panelas, eletrodomésticos e documentos o menor dos problemas.

A família mora na Rua Valente Cury, no Jardim Saara, e se somam aos 134 desabrigados e desalojados no estado. A Defesa Civil estadual calcula que mais de 58 mil pessoas tenham sido afetadas em 13 cidades. Ao todo, 729 casas foram danificadas.

Entre os municípios prejudicados está Rio Branco do Sul. Na Rua Padre Ribeiro, no centro, em uma casa elevada a cerca de 2 metros do nível de um córrego, a marca na parede denuncia que a água subiu cerca de 3,5 metros acima da calha do riacho. O casal Cristiane Druz, 36, e Sandro Moreti, 43, passou por momentos de desespero. Eles estavam com duas duas crianças e uma adolescente em casa. Sandro, que tem problemas nas pernas, e o restante da família tiveram que buscar abrigo rapidamente em cima de uma mesa e cortar o forro de PVC com uma faca para escapar da água.

"Eu gritava por socorro, na janela. Os bombeiros vieram nos buscar com um barco. Eu saí de casa em uma maca", contou Sandro, de volta à garagem da casa. O carro da família ficou coberto de água e quase foi levado pela enxurrada. "Eu vim para a varanda, desengatei a marcha e empurrei para frente. Se não, tinha ido embora", completou Cristiane. Sandro comenta que já tinha enfrentado enchentes, mas que o nível nunca ultrapassava o portão de casa. "Agora vamos ver se achamos outro lugar para morar. Não posso ver uma nuvem no céu e já fico com medo", conta.

A heroína dos filhotes

Também na Rua Padre Ribeiro, em Rio Branco, na primeira casa perto de um riacho, Eduany, 11, mostrava, ao lado da irmã, Eduarda, 15, um sorriso tímido de quem acabou de passar por momentos de angústia. Eduany saiu da casa, depois de relutar, e junto com a mãe contou do apreço que tem pelos cachorrinhos que choravam na casinha de bonecas das irmãs. "Ela é muito amorosa. Não saiu de casa enquanto não pegava eles para salvar da água", contou a mãe de Eduany, enquanto a menina sorriu e acenou com a cabeça em sinal de que estava tudo bem.

A água subiu rápido e os pais das meninas, o motorista João Eduardo Bittencourt, 38, e a dona de casa Rosângela Soares, 33, tiveram que correr para salvar as crianças. Elas correram para o lado mais alto do quintal, onde os Bombeiros usaram escadas para resgatar a todos. Rosângela demonstrava tristeza por não ter tido tempo de ir até Curitiba e comprar um presente para as meninas. "Mas elas entenderam, é difícil, agora estou mais tranquila, tinha ficado desesperada. Agora já está mais organizado, antes as coisas estavam todas espalhadas".

Veja imagens dos estragos causados pela chuva na RMC

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