A 9ª Regional de Saúde confirmou nesta quinta-feira (16), o primeiro caso de leishmaniose visceral humana em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. O paciente infectado é um policial militar de 27 anos, que já está sendo medicado e passa bem.
Segundo o diretor da regional, Ademir Ferreira, o diagnóstico foi realizado ainda no estágio inicial da doença, o que deve ser importante para o êxito no tratamento e cura da enfermidade. “Como é uma doença rara, várias outras hipóteses foram levantadas com base nos sintomas apresentados. A confirmação veio na segunda-feira (13), e como está no começo, o tratamento deve avançar bem”, destacou.
A leishmaniose visceral, que é provocada por um protozoário e transmitida pela picada do mosquito-palha, tem alta taxa de mortalidade em cães e raramente é contraída pelos seres humanos. Como o mosquito transmissor se reproduz principalmente no solo em contato com matéria orgânica como folhas, frutas e fezes de animais, a participação da comunidade na prevenção é fundamental. “É uma situação nova que a cidade está vivenciando e serve de alerta para a população evitar entulhos em casa e manter os cuidados que já tem com a dengue”, explicou a diretora da Vigilância em Saúde, Ariana Stumpf.
Na terça-feira (21) está marcada uma reunião com órgãos de saúde municipal e estadual para a definição de estratégias de atendimento aos pacientes e de orientações à população no combate à doença.
Uma pesquisa pioneira encomendada pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) - desenvolvida em parceria pela Secretaria Estadual da Saúde com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e especialistas de outras universidades - já apontava no início deste ano uma situação alarmante entre os casos de leishmaniose visceral entre os cães de Foz do Iguaçu.
Das 710 amostras de sangue coletadas nos cachorros, 104 tiveram resultado positivo para a doença (uma taxa de 14,6%). Além disso, outro dado preocupante levantado durante o estudo foi a presença do mosquito transmissor em todas as regiões da cidade.
Outro fato que potencializa o problema é a proximidade com os países vizinhos, que também já registraram casos da doença. Na Argentina, onde a taxa de infecção de cães é de 28%, o primeiro caso da doença em humanos foi registrado em 2008, seguida por epidemias que se alastraram por todo o país. No Paraguai, a taxa é menor (8% dos cães), mas neste ano uma criança de dois anos morreu no país após apresentar sintomas da doença.