Frequentadores do O Torto Bar se reuniram na noite desta quinta-feira para protestar contra a ação do MP que pede a proibição de eventos na região do bar| Foto: marcelo elias/gazeta do povo

Frequentadores do O Torto Bar, no Bairro São Francisco, em Curitiba, fizeram uma manifestação a favor da Quadra Cultural na noite desta quinta-feira (28), em frente ao estabelecimento. Por volta das 20 horas, quando a reportagem da Gazeta do Povo esteve no local, cerca de 150 pessoas permaneciam na esquina das ruas Paula Gomes com a Duque de Caxias, portando cartazes e fazendo coro a favor do evento.

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A Quadra - que ocorre uma vez por ano - é organizada há cinco anos pelo proprietário do bar, Arlindo Ventura, conhecido como Magrão, na Rua Paula Gomes. A mobilização desta quinta-feira (28) foi organizada pelas redes sociais após a Promotoria de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente de Curitiba ter ajuizado uma ação civil pública pedindo a proibição de eventos em frente ao O Torto, como a Quadra Cultural, e a interdição do estabelecimento.

O cerco ao bar ganhou força também com um abaixo-assinado feito por moradores e comerciantes do São Francisco, que contou com cerca de 130 adesões. No documento, que tem como alvo a Quadra Cultural, os moradores reclamam da falta de estrutura para receber o evento e pedem para que ele seja transferido para outro local. As assinaturas foram encaminhadas este mês para órgãos da prefeitura, Corpo de Bombeiros e Ministério Público.

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Abraço coletivo

Na noite desta quinta-feira, funcionários e frequentadores do O Torto improvisaram um abraço coletivo ao redor do estabelecimento e organizaram um novo abaixo-assinado, desta vez em prol da permanência do evento na Rua Paula Gomes. A intenção é utilizar o documento como forma de divulgar o apoio ao evento e tentar fazer com que a promotoria reveja sua posição sobre a proibição da Quadra Cultural no local.

A mobilização desta quinta-feira contou com o apoio da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar-PR). O presidente da entidade, Fabio Aguayo, esteve no local e afirmou que "falta diálogo" para chegar a um consenso entre moradores e os organizadores do evento. "É mais uma intolerância do que bom senso. O Ministério Público poderia ter chamado antes o bar para discutir alternativas e o que poderia ser feito em termos de ajustamento de conduta, por exemplo", defendeu.

O promotor Sérgio Luiz Cordoni, da Promotoria de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente de Curitiba, ainda aguarda a decisão da ação civil pública na 2ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba. Segundo o promotor, a ação foi motivada por informações repassadas pela Polícia Militar, que em setembro do ano passado, em uma operação da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu), flagrou barulho excessivo e consumo de drogas e bebida em frente ao estabelecimento, que perturbariam os moradores da região.

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