Funcionários do Hospital Evangélico, em Curitiba, prometem cruzar os braços a partir da próxima segunda-feira (15) porque estão com os pagamentos referentes a agosto atrasados há uma semana. A interrupção das atividades será feita por enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, equipes do setor administrativo e da limpeza e da cozinha da instituição de saúde. Médicos, a princípio, não irão aderir ao movimento.
A decisão de parar os serviços foi definida na manhã desta sexta-feira (12) pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc), que representa a categoria. De acordo com o órgão, os honorários de agosto venceram no dia 5 de setembro. Alguns funcionários ainda reclamam de que haveria irregularidades em depósitos o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e no pagamento das férias e benefícios como vale-transporte e vale-alimentação.
A entidade informou que o indicativo de greve já foi protocolado no Ministério do Trabalho, e que a paralisação dos funcionários começa já pela manhã, com concentração em frente ao hospital.
Impasse
A assessoria de imprensa do Hospital Evangélico informou que o atraso no pagamento dos cerca de três mil funcionários incluindo médicos ocorre porque o Ministério da Saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), não fez os repasses à instituição equivalentes aos serviços prestados no mês passado. Atualmente, cerca de 92% dos atendimentos do hospital são pelo SUS.
Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), responsável pelos repasses que vêm do SUS, disse que não há atraso nos pagamentos feitos pelo órgão federal cerca de R$ 9,3 milhões por mês. O que ocorre é que, deste total, R$ 2 milhões ficam retidos no Fundo Nacional de Saúde para pagar empréstimos feitos pelo HE junto a bancos.
Crise
O Hospital Evangélico enfrenta dificuldades financeiras que têm causado problemas constantes na prestação de serviço. No mês passado, o pronto-socorro da instituição fechou por duas vezes. Na primeira delas, no dia 19 de agosto, o PS foi interrompido por 24 horas porque faltavam medicamentos. Oito dias depois, atrasos nos pagamentos com o fornecedor de oxigênio obrigou a unidade a fechar as portas por 22 horas.