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saúde pública

Funcionários do HC começam a segunda greve em menos de um mês

 | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
(Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Os trabalhadores do Hospital de Clínicas (HC), contratados junto à Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar), entraram em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (6). É a segunda paralisação dos funcionários em menos de um mês. Desta vez, a razão é o reajuste salarial da categoria.

Pacientes relatam que muitos atendimentos não estão sendo realizados. Até perto das 9 horas, mais de 100 pessoas aguardavam em uma fila no lado de fora do maior hospital público do Paraná. Diversos setores foram impactados pela greve. A Central de Agendamento de consultas e exames atende apenas pacientes de fora de Curitiba. As consultas eletivas também só estão sendo realizadas para quem é de fora da capital.

A Unidade de Processamento de Materiais, que fornece materiais para cirurgias, está com o atendimento comprometido. Além disso, o Banco de Sangue está fechado e os exames são realizados de maneira mais demorada. Segundo a administração do hospital, caso a adesão continue até o final da tarde, o Centro Cirúrgico passará a realizar somente cirurgias de emergência. De acordo com o HC, até as 16h, nenhuma cirurgia precisou ser cancelada.

Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público do Paraná (Sinditest-PR), 851 dos 3.132 trabalhadores que atuam no hospital são contratados pela Funpar e atuam em todos os setores da instituição.A greve foi aprovada em assembleia realizada na última quinta-feira (2). A categoria cobra reposição salarial, já que a data-base dos funcionários da Funpar foi no dia 1.º de maio. Estima-se, de acordo com o sindicato, que 300 funcionários da Funpar tenham aderido à greve na manhã desta segunda. O HC afirma que a adesão pela manhã foi de 130 trabalhadores, passando para 230 ao longo da tarde.

Segundo o sindicato, a Funpar ofereceu reajuste salarial de 5,2% – abaixo do índice da inflação que chega perto de 9%. O Sinditest chegou a enviar uma primeira proposta de acordo coletivo para a comissão de negociação patronal reivindicando um reajuste de 20,16%. “Essa proposta foi feita informalmente por telefone. Não houve nem uma proposta oficial. A direção do hospital e da Funpar estão arrastando as negociações”, afirma um dos diretores do Sinditest, Carlos Pergurski.

Impactos

A greve atinge pacientes de diversas cidades que buscam atendimento no HC. Silvana Buten, que veio de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, estava na fila desde às 6 horas desta segunda e não recebido nenhuma informação sobre a situação. “Estou viajando desde às 4 horas e não sei se serei atendida. Levei um mês e meio para conseguir agendar uma consulta e há o risco de não ter o atendimento”, afirma.

Situação parecida vive Ivonete Maria Conceição, que trabalha como diarista. “Estou perdendo minha consulta e um dia de trabalho. Poderiam, ao menos, ter nos avisado de que o atendimento não seria realizado”, relata ela que mora em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.

Duas greves em um mês

Em maio, a categoria já havia iniciado uma greve por dois motivos. Além da reposição salarial , estava em jogo uma disputa judicial de qual sindicato representa a categoria. Isso porque o Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu que “os funcionários do Complexo Hospital de Clínicas/Funpar devem ser representados pelo Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativa, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Paraná (Senalba)”.

No entanto, um acordo,intermediado pelo Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR), determinou que o Sinditest passasse a ser reconhecido efetivamente como representante dos servidores do HC contratados via Funpar, pelo menos até que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue uma ação que tramita na corte sobre a matéria.

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