Mais bonito do que a Apple, mais eficiente do que o Google Maps. Essa é a meta , bastante ousada, do aplicativo de trânsito Transit. A start-up aposta em transformar o design de um belo mapa em uma fórmula matemática.
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Outro ideal do sistema é a integração entre diferentes modais de transporte. Além das linhas de ônibus, trem e metrô, o app informa quando há corredores de BRTs, estações de bicicleta compartilhada. E oferece ao usuário a opção de usar vários desses em um único trajeto.
Por outro lado, também é possível eliminar opções. Um usuário que não quer andar de Uber ou de ônibus, por exemplo, pode indicar isso ao aplicativo. Em Nova York é possível ocultar as linhas de ônibus da vizinha Nova Jersey e vice-versa.
Além de visualizar todos os transportes que cruzam uma determinada região - e suas rotas - o usuário pode pedir para o aplicativo funcionar como um GPS, indicando uma rota. Ele indica qual o melhor ponto para descer e, caso a pessoa precise apertar o passo, para chegar a tempo no local.
Em algumas cidades, o app fornece informação em tempo real da localização dos ônibus, com base na atualização mais recente de GPS. Nas cidades que não disponibilizam esses dados publicamente, o horário é informado com base no itinerário. Em alguns locais, dá para verificar o número de bikes disponíveis nas estações de compartilhamento, e até reservá-las para aluguel em alguns casos.
A diretora de comunicação do Transit, Lauren Jane Heller, disse à Gazeta do Povo que o app se diferencia do planejador de viagens do Google - que também incorpora dados em tempo real em algumas cidades, por exemplo - de muitas formas. A primeira é que o usuário não precisa escolher uma rota, ao entrar no app ele já se depara com os itinerários disponíveis na região. A integração multimodal, que permite ao usuário reservar uma bicicleta ou carro compartilhado, por exemplo, significa que “quando o transporte público não é a melhor opção, o usuário não precisa utilizar outro app para achar a solução”.
O melhor de dois mundos
A ideia do Transit nasceu praticamente nas garagens de Montreal, no Canadá. Em 2013, o programador Anton Dubrau entrou para liderar uma equipe de 17 pessoas, na busca por programar um aplicação que gere mapas munidos e gerados de forma automática.
A meta da empresa era unir “a beleza do lento processo da Apple com a capacidade de ganhar escala dos processos automatizados do Google”. Para isso, o app coleta dados cartográficos do OpenStreetMap (OSM) e de mobilidade com as agências de trânsito, o que agiliza o processo.
Parece simples, mas não é. Basta ver as falhas dos concorrentes, argumenta a Transit, em uma postagem no Medium da empresa. A Apple, por exemplo, “faz de tudo para que seus mapas de trânsito pareçam desenhados à mão. Esteticamente, são ótimos (...), mas eles optam por um processo lento e manual na produção dos mapas”.
Já o Google Maps é gerado de forma automática, a partir de algorítimos - o Transit faz o mesmo - o que o torna ágil. Mas eles “com frequência são meio preguiçosos, simplesmente ligando as estações em linhas retas”. Dai que muitos mapas da Google mostram linhas cruzadas e entrecortadas, quando diferentes transportes cruzam o mesmo itinerários.
Magia da programação
Uma preocupação do Transit foi com as linhas. O algorítimo cria arcos circulares para garantir curvas suaves. Impedir o cruzamento foi um pouco mais difícil - já que os modais de transporte de fato se sobrepõe na vida real.
Dubrau explica que a primeira solução foi trabalhar com probabilidade: se um ônibus é o primeiro a fazer uma curva à esquerda, então sua rota fica desenhada mais à esquerda. Mesmo assim, ela pode cruzar com outras rotas lá na frente. Aí o sistema manda um alerta para a equipe de programação.
Além do cuidado com rotas bem desenhadas, uma última linha de programação foi criada para criar rotas reais. Quando duas linhas de metrô se cruzam, por exemplo, em que ponto elas se separam? O Transit queria que o desenho disso, no mapa, fosse o mais próximo possível de como é na realidade. Por isso a equipe fez um complexo trabalho de pixelizar os mapas, e sobrepor as imagens às planilhas de itinerários (os detalhes do processo são explicados pelo próprio Dubrau em um post no Medium.
Atualmente, o Transit monitora dados de 350 agências em 125 cidades ao redor do mundo. Na América Latina, a única em que o aplicativo está presente é a Cidade do México. A meta é expandir para “vários novos mercados”, entre eles o brasileiro. O App quer operar no país já a partir de 2017.
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