Com o Uber ainda longe de uma solução em termos de regulamentação, o Brasil vai receber mais um aplicativo de mobilidade nesta primeira quinzena de abril. É o WillGo, que se apresenta, segundo o diretor da empresa no Brasil, Gabriel da Silva, como um plano de assinaturas ou mesmo uma ferramenta de autogestão para motoristas, ao exigir o pagamento de uma taxa mensal por seus serviços de intermediação, e não uma parcela de cada corrida, como faz seu principal concorrente. O pagamento da viagem é feito por cartão de crédito por meio do PayPal e vai direto para o bolso do colaborador.
Nascido na Índia, o aplicativo escolheu o Brasil como seu primeiro país de expansão, segundo Silva. São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte são as cidades escolhidas para a estreia.
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Leia a matéria completaO WillGo aceita também motocicletas e pode ser usado para o transporte não só de passageiros, mas também de documentos e objetos – ou seja, além do serviço de táxi, chega para mexer também com as empresas de logística nas grandes cidades brasileiras. Outra diferença do WillGo em relação ao Uber é que o aplicativo oferece a possibilidade de o usuário “favoritar” o motorista, criando sua rede de prestadores de serviço de confiança, e também permite o agendamento de corridas com até 48 horas de antecedência. A empresa também frisa o fato de que sua tarifação não é dinâmica, ou seja não muda por fatores de oferta e procura ou outros como o Uber.
O app está disponível para download para sistemas Android e iOS e o visual dele é muito parecido com o do Uber.
Preço
No site do WillGo, é possível conferir os preços do serviço. O cálculo do preço final envolve uma tarifa mínima (valor cobrado independentemente da distância percorrida e do tempo gasto na viagem), uma tarifa por quilômetro rodado e também outra por minuto. No caso das motos, por exemplo, a tarifa mínima é de R$ 5, e as taxas por km e por minuto são R$ 1 e R$ 0,20, respectivamente. Já a viagem pela categoria Smart, de automóveis, parecida com o UberX, sai por R$ 4 no mínimo. O custo por km e minuto, neste caso, são de R$ 1,61 e R$ 0,32. Já na categoria Black, o preço mínimo sobe para R$ 10, e outros custos para R$ 2,72 e R$ 0,43, respectivamente.
No geral, os preços são bastante competitivos, tanto em relação aos táxis – em Curitiba, a bandeirada inicial sai por R$ 5,40, e em São Paulo, R$ 4,50 – quanto em relação ao UberX, categoria mais acessível do Uber que tem preço mínimo de R$ 5 na capital paranaense.
Para o motorista colaborador, os planos custam a partir de R$ 5,75 por dia (valor do pacote bianual), o que daria cerca de R$ 170 ao mês.
Uma simulação feita pelo site Gizmodo com base nos preços de São Paulo apontou que, por ora, o WillGo deve sair mais barato que o serviço de táxi, mas pode perder para o Uber, principalmente se este último estiver aplicando a chamada tarifa dinâmica.
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Leia a matéria completaLegalidade
A consulta pública lançada para a regulamentação de serviços como o Uber e o WillGo em São Paulo já terminou, mas os resultados ainda foram divulgados. Um grupo de trabalho foi montado para avaliar as contribuições recebidas. Ao contrário do Uber, porta-vozes do WillGo já disseram se enquadrar na regulamentação em discussão na capital paulista em entrevistas a outros veículos especializados, como o site Canaltech. A ideia de São Paulo é que esses aplicativos de mobilidade sejam cadastrados pelas Operadoras de Transporte Credenciadas (OTC) e os operadores adquiram créditos cujos preços iriam variar de acordo com a região e horário.