O Rio de Janeiro tem alguns obstáculos emblemáticos para superar até o início dos Jogos Olímpicos no próximo mês: o crescimento dos índices de criminalidade; a poluição que pode atrapalhar os esportes aquáticos; uma linha de metrô por terminar; e, o mais importante, o avanço do zika vírus em uma cidade repleta de jovens atletas. São desafios de um centro urbano que ainda não conseguiu resolver questões básicas como o saneamento.
Tal cenário não se repetirá na Olimpíada em 2020, em Tóquio, onde demandas primárias como esta estão resolvidas e novas tecnologias podem não só beneficiar os competidores mas também a cidade que eles deixarão para trás. O Japão já fez isso antes, segundo a repórter Heather Hansman aponta na revista Popular Science : nos Jogos de 1964, o país completou o famoso trem bala, que revolucionou o transporte nacionalmente na ocasião. Adotando o conceito sustentável japonês “mottainai” (que pode ser lido como “não desperdiçar”), a cidade promete lançar mão de centros de informação que usam hologramas e táxis autônomos para encantar o mundo.
Rio-2016 tira lições do desperdício da Copa do Mundo e do Pan
Leia a matéria completaConfira alguns dos destaques de Heather sobre como estão os preparativos dos Jogos Olímpicos japoneses:
Táxis autônomos
Alguns teste de campo já começaram. Os táxis pode ser chamados pelo celular para levar atletas e espectadores aos locais dos Jogos. “A tecnologia ainda precisa de alguns ajustes”, escreve Heather, “como ensinar o software a ler mapas.”
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Energia
Tóquio está investindo US$ 367 milhões em células de hidrogênio para abastecer carros e estações de recarga para os Jogos. Além disso, a Vila Olímpica, de 6 mil unidades, foi desenhada para usar energia exclusivamente dessas células. É um investimento pesado, mas a cidade espera que quando os Jogos tiverem terminado, “ a Vila se transforme em um distrito residencial ambientalmente correto e abastecido por uma nova geração de sistema de hidrogênio”.
Com milhares de atletas e turistas viajando para lá, a Boeing e a All Nippon Airways estão investindo numa nova aeronave a base de biocombustível que promete reduzir as emissões de carbono da Olimpíada 2020. Aviões precisam de muito combustível, e biocombustível precisa de muita biomassa feita a partir de plantas, então as companhias estão de olho em grandes fazendas e “criadouros” de algas para produzir o que for necessário.
Imagens e transmissão
O serviço de transmissão dos Jogos de Tóquio espera poder gravar as competições em 8K UHD – isso quer dizer cerca de 16 vezes a resolução usualmente utilizada hoje na televisão de alta definição. Este braço do Comitê Olímpico Internacional fará um teste no Rio, durante a gravação das 130 horas das festividades ligadas aos Jogos de 2016.
E também deverá haver hologramas! A ideia ainda é muito inicial, mas a Mitsubishi Electric diz ter desenvolvido uma forma de criar imagens flutuantes 3D e que podem ser vistas de todos os ângulos – diferentemente daquelas apenas projetadas em uma tela branca. A organização dos Jogos no Japão está considerando usar a tecnologia como recurso para passar informações de agenda e outras aos espectadores da competição. Deverá ser algo como uma pessoa “semi-transparente”, flutuando e avisando você quando a final do nado sincronizado ocorrerá.
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