Um conjunto de empreendedores prodígios de Frankfurt, na Alemanha, resolveu ir além quando o assunto é sistema de navegação para bicicletas. Fundada por Andreas Gahlert – engenheiro industrial que já criou nove startups de sucesso, a primeira aos 16 anos de idade, e que também é adepto de esportes como o snowboarding –, em conjunto com Carsten Lindstedt, Heiko Schweickhardt e Tom Acland, a COBI GmbH nasceu como uma startup, no fim de 2014, e já está prometendo “produção em massa”.
O kit, que leva o nome da companhia, COBI (sigla para Connected Biking), é composto por um sistema modular com seis acessórios: luzes de sinalização; navegação; suporte para smartphone com função de recarga; cinto; sistema de alarmes; e um computador. O grande segredo é o aplicativo que faz tudo isso funcionar, e faz com que qualquer bicicleta vire uma “smartbike”. Na prática, o sistema não só mostra e fala para o usuário a melhor rota, como também permite controlar com precisão as luzes de sinalização e os típicos gadgets do celular, de apps de streaming de música à realização de ligações de telefone acionadas por voz. Há também sensores que medem a velocidade, a distância percorrida, a direção do vento e a luminosidade (ao anoitecer, as luzes de sinalização são automaticamente acionadas).
Com uma lista de mais de 30 mil pedidos, a empresa já estruturou canais de atendimento e dá os últimos ajustes no equipamento. Tudo deve estar azeitado na próxima primavera (entre março e abril de 2017), mas ainda não há previsão para vendas no Brasil. O sistema estará prontamente disponível para modelos de iPhone, Samsung e Nexus, mas poderá ser encomendado também para outros modelos de smartphone.
A ideia começou a ser desenvolvida com recursos de 13 investidores, entre empresários entusiastas de tecnologia e fundos de investimento, mas atingiu o ponto necessário para a estruturação e lançamento do COBI em dezembro de 2014, graças a uma campanha de crowdfunding na plataforma Kickstarter. Em apenas 30 dias, eles arrecadaram mais de US$ 400 mil, de mais de 1,8 mil apoiadores de 18 países diferentes.
Hoje a empresa trabalha com oito parceiros comerciais (fabricantes e representantes de produtos como bicicletas elétricas, artigos esportivos e de tecnologia, entre outros pelo mundo) e tem mais de 60 empregados.
No último mês de junho, a empresa diz ter terminado os últimos testes de qualidade que a permitiram anunciar uma “produção em massa” do equipamento, a partir de fábricas na China. Isso também exigiu a criação de canais de venda e atendimento ao cliente específicos para países da Europa, Península Escandinávia e Leste Europeu, além de Estados Unidos e Canadá. Por ora, quem mora nessas regiões pode encomendar o kit, que varia de US$ 249 e US$ 339, dependendo da versão escolhida, pelo site da empresa. Todas as entregas, porém, só estão garantidas pela COBI para o primeiro semestre do ano que vem.
Segundo o diretor de marketing da empresa para a Europa, Erik Troppenz, ainda não há previsão para que o produto seja vendido no Brasil. Além das vendas on-line, a COBI depende de parcerias com estabelecimentos como lojas esportivas e de tecnologia para fazer o produto chegar a outros lugares. “É realmente triste, mas infelizmente não estaremos disponíveis para o Brasil no início. Mas isso vai mudar assim que possível”, afirmou ele via e-mail.
Para iniciar todo esse processo de internacionalização, a COBI conseguiu levantar, em janeiro deste ano,12 milhões de euros entre investidores, que também apostaram que a empresa desenvolverá mais produtos inovadores nos próximos anos. A lista de espera de mais de 30 mil encomendas ajudou a convencê-los de que a ideia vale a pena.
Ao longo de 2015 e 2016, a empresa vem colecionando prêmios. Um dos mais importantes foi o RedDot em 2015, um dos principais prêmios de design do mundo com uma edição dedicada à área de comunicação, como melhor aplicativo.