Curitiba será a sétima cidade do país a ter carros do Uber aceitando pagamento em dinheiro. A novidade começa a partir do próximo dia 24, de forma gradativa até alcançar todos os usuários do aplicativo. Antes da capital paranaense, Salvador, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Goiânia e São Paulo já haviam adotado essa modalidade de pagamento. O objetivo da empresa é aumentar o universo de passageiros atendidos pela plataforma.
De acordo com Pedro Prochno, gerente de comunicação da empresa norte-americana no Brasil, a ideia surgiu após uma avaliação nas cidades do Nordeste. “Percebemos que 60% das pessoas encerravam o cadastro quando chegavam ao momento de informar os dados do cartão de crédito. Por isso, resolvemos testar para ver como seria essa experiência. Em uma semana, a quantidade de cadastros por lá cresceu 90%”, afirmou.
As três cidades nordestinas têm essa modalidade de pagamento desde o dia 11 de julho. As demais receberam na sequência. Em todas as 17 cidades brasileiras é possível pagar com cartão de crédito ou por meio de uma conta no PayPal – essa última opção passou a ser aceita no Brasil no dia 11 de agosto, quase três anos após o início nos dez primeiros países. A parceria com a PayPal possibilitou a ampliação do leque de bandeiras de cartão de crédito aceitas em um carro do Uber.
Prochno explicou que os motoristas parceiros não precisarão fazer desembolsos à companhia. “O próprio aplicativo irá deduzir do repasse semanal o valor devido pela utilização do software nas transações com dinheiro”.
Regulamentação
Prochno também comentou as tentativas de regulamentação do aplicativo no país. No último dia 15, o Ministério Público Federal (MPF) defendeu a regulamentação federal do serviço de transporte individual Uber. “Achamos que as regulamentações precisam ser feitas para beneficiar toda a indústria e não só uma empresa, e que pensem nas pessoas e nas cidades. Mas temos que lembrar sempre da Polícia Nacional de Mobilidade Urbana, que já prevê o transporte individual de passageiros, exatamente o que os motoristas parceiros fazem”.
Sobre o fato de o prefeito Gustavo Fruet ter afirmado que a pauta do Uber não é prioritária para a cidade por ter um universo de usuários proporcionalmente pequeno quando comparado com o do transporte coletivo, o porta-voz da empresa norte-americana no Brasil relativizou o comentário.
“Em fevereiro deste ano, mostramos que mais de um milhão de pessoas haviam baixado o aplicativo da Uber somente no Brasil. Agora, estamos abrindo a possibilidade de pagamento em dinheiro e também do PayPal [o que vai aumentar a quantidade de usuários]. Além disso, às vezes, há zonas da cidade que não são atendidas pelo transporte coletivo e a Uber pode ser esse facilitador paras complementar a viagem.”
Estreia em Londrina
A operação do Uber na cidade do norte do Paraná começou às 14 horas desta sexta-feira. Segunda cidade que não é capital a ter o serviço no Brasil, Londrina terá a modalidade X do Uber – a mesma em operação em Curitiba. Nela, são aceitos veículos de quatro portas, com ar-condicionado e fabricados, no máximo, até 2008. Não há necessidade de ser preto. Além de Londrina, a outra cidade que não é capital e tem Uber é Campinas.
Na noite da última quinta-feira (18), o prefeito Alexandre Kireeff (PSD) criticou a forma como a Uber decidiu iniciar sua operação na cidade. Em postagem compartilhada no Facebook, Kireeff disse que a companhia havia optado por “entrar na cidade pela porta dos fundos”.
“Fizemos reuniões com seus representantes por mais de uma vez, a pedido dos mesmos, com o objetivo de construir uma solução que fosse benéfica aos cidadãos londrinenses, respeitosa para com nossos taxistas e viável para a empresa. Lamentavelmente, após se comprometerem a apresentar uma proposta de trabalho e regulamentação, há dois dias a empresa simplesmente declarou em reunião aqui em nosso gabinete que nada tinha a propor.”
O prefeito londrinense, que afirmou ter sabido do início da operação da Uber pela imprensa, informou também esperar que “essa decisão unilateral” não gere conflitos entre os contratados da empresa e taxistas. “Quanto à prefeitura, vamos obviamente administrar a situação visando garantir a tranquilidade em nossas ruas”, completou.
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