O governo do Piauí exonerou nesta segunda-feira (20) toda a direção do Centro Educacional Masculino (CEM), em Teresina (PI), após a morte do adolescente Gleison Vieira da Silva, 17, ocorrido na última quinta-feira (17).
Condenado por estupro coletivo de quatro garotas em Castelo do Piauí, Gleison foi espancado com socos e pontapés até a morte dentro de alojamento do centro de internação. Ele foi o delator do crime e dividia a cela com mais três menores que participaram dos estupros e agressões a meninas -uma delas morreu.
O secretário Estadual de Assistência Social e Cidadania, Henrique Rebelo, informou que abriu processo administrativo para apurar a morte de Gleison.
Foram exonerados do cargo o gerente de internação do CEM, Francisco Herbert Neves da Cruz, o coordenador do centro de internação, Marivaldo Viana e o diretor da Unidade de Atendimento Socioeducativo da Secretaria Estadual de Assistência Social e Cidadania, Anderlly Lopes.
“É uma medida necessária para o funcionamento do CEM e para que se apurem as responsabilidades”, disse o secretário Henrique Rebelo.
A reportagem não conseguiu falar com os servidores exonerados.
A gestão Wellington Dias (PT) comunicou que o capitão Anselmo Portela, ex-diretor da Casa de Custódia, maior presídio do Piauí, ficará na função de diretor da Unidade de Atendimento Socioeducativo. Emerson de Oliveira, que era diretor do Ceip (Centro Educacional de Internação Provisória), assumirá interinamente o cargo de coordenador do CEM. A Sasc informou que ainda não tem nome para ocupar o cargo de Herbert Neves.
Dormindo no chão
Inspeção realizada nesta segunda-feira (20) pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Piauí, constatou a superlotação do CEM e denúncias de que internos estão dormindo no chão ou em pedras de cimento.
Relatório da Ordem revela ainda que o centro de internação, único do Piauí, está há um ano sem colchões nos alojamentos e enfrentando problemas de vazamentos e fossas estouradas.
Com a morte de Gleison, os três adolescentes, que, segundo a polícia, confessaram o crime, foram transferidos para o Complexo da Cidadania, abrigo provisório. Hoje, o juiz da 2ª vara da Infância e da Juventude ordenou que os menores retornem ao Ceip, no bairro Alto da Ressurreição, zona Sudeste de Teresina. A transferência foi realizada e eles estão em celas separadas.
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