O secretário nacional de Defesa Civil, Adriano Pereira, afirmou ontem que o governo federal vai seguir o mesmo critério para o repasse de recursos às áreas atingidas por enchentes no Paraná e em Santa Catarina. A declaração ocorreu após reunião da bancada federal paranaense com o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, que abordou suposta discriminação no tratamento em relação aos dois estados. Informação divulgada no site do ministério na terça-feira dava a entender que o governo catarinense receberia R$ 3 milhões e o paranaense, R$ 140 mil.

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"Foi uma confusão muito grande. Os dois estados serão apoiados pelo governo federal da mesma forma e com os mesmos critérios, de acordo com o desastre que cada um teve. O desastre foi um só, para chuva não existe fronteira", declarou Pereira.

Segundo o secretário, a Defesa Civil trabalha em duas grandes frentes no atendimento a desastres: resposta e reconstrução. A primeira é emergencial e se desenvolve em três etapas – socorro, assistência e restabelecimento. "São as fases em que você trabalha para manter a dignidade das pessoas", descreve.

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Os R$ 140 mil liberados pelo ministério para o Paraná na terça-feira se encaixam na etapa de assistência. O recurso foi utilizado para a compra de 1,7 mil cestas básicas. Além disso, o ministério enviou ao estado mais 1,7 mil kits dormitório. Todos os itens foram solicitados pela Defesa Civil estadual.

Santa Catarina não fez pedidos para assistência. Em reunião com o ministro e o secretário, o governador Raimundo Colombo (PSD) fez uma estimativa de que o estado precisaria de R$ 5 milhões para a etapa de restabelecimento. O governo federal sinalizou que cobriria 60% desse valor (R$ 3 milhões) e o restante ficaria com a administração estadual.

"Estamos aguardando a solicitação formal de Santa Catarina para aí sim ela ser analisada. Por enquanto, o estado não recebeu nada", disse o ministro. Enquanto isso, o Paraná recebeu ontem mais R$ 206 mil para socorro, assistência e restabelecimento.

De acordo com Teixeira, o Paraná ainda vai precisar de mais prazo para fechar pedidos relacionados à fase de reconstrução, embora a estimativa apresentada ontem varie entre R$ 600 bilhões e R$ 1 bilhão. "É humanamente impossível saber qual é a real magnitude dos acontecimentos. O estado está fazendo o seu levantamento, mas ele só pode ser finalizado depois que a água baixar", citou o ministro. Ele não reclamou de supostos atrasos na apresentação de demandas pela administração paranaense.

O capitão Eduardo Gomes Pinheiro, que integra a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Paraná, confirmou que a estimativa de até R$ 1 bilhão é referente à fase de reconstrução. Segundo ele, não será esse valor, necessariamente, que será solicitado ao governo federal.

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