ATENÇÃO: Esta matéria é de janeiro de 2015. Acompanhe informações atuais em nosso tópico sobre a greve de ônibus
Motoristas e cobradores do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana vão cruzar os braços por tempo indeterminado a partir da 0h de segunda-feira (26). A greve é uma resposta a falta de pagamento do adiantamento salarial dos trabalhadores. "A greve não tem prazo para acabar. Ela é a gota da água do caos que vive o sistema", afirma Anderson Teixeira, presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de ônibus (Sindimoc).
Confira o que a prefeitura de Curitiba diz sobre o transporte
Confira o que o governo do Paraná diz sobre o transporte
A Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) e Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) acumulam dívida de R$ 16,7 milhões com as operadoras do sistema. Sem esse dinheiro em caixa, as empresas dizem que não podem acertar o vale salarial dos trabalhadores, que deveria ter sido pago no último dia 20. De acordo com Teixeira, apenas 20% das empresas pagaram o adiantamento salarial.
Prefeitura pede frota mínima, Justiça nega
A prefeitura de Curitiba entrou com pedido para que a Justiça determine a circulação de frota mínima em caso de greve. O pedido é para que haja 70% da frota nos horários de pico e 50% no restante do dia. Mas a Justiça negou.
De acordo com a decisão de Roberto Dala Barba Filho, juiz do Trabalho da 9ª Região, a Urbs não se apresenta na condição de empregadora de qualquer trabalhador que seja representado pelo sindicato [Sindimoc], portanto, não tem autonomia para requerer a frota mínima.
OPINIÃO: Fruet rompe de vez com estado e diz que governo tem obrigação de pagar ônibus metropolitano
A prefeitura ainda ressalta que se dispõe a manter a integração física da Rede Integrada de Transporte (RIT), mas que a partir de agora vai cuidar do pagamento apenas das linhas urbanas, definidas a partir da licitação de 2010, realizada na gestão do então prefeito Beto Richa. Ao governo do estado, cabe efetuar o pagamento das empresas metropolitanas.
Ratinho se reúne com Sindimoc
Nesta quinta-feira (22), o secretário estadual do Desenvolvimento Urbano, Ratinho Junior, se reuniu com o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira. Foi a primeira reação do governo após a manifestação de motoristas e cobradores em frente ao Palácio Iguaçu, no último dia 8.
Segundo o Sindimoc, Ratinho reconheceu a dívida, prometeu pagar, mas não disse quando nem como o governo fará isso. Ele teria apresentado planilhas de possibilidades para o subsídio estadual ao sistema em 2015. Como a Comec propôs reduzir o valor do repasse para custear a tarifa, a Urbs não renovou o convênio e "jogou" para o órgão estadual a responsabilidade de pagar as empresas metropolitanas, que estão desde 1.º de janeiro sem receber.
Trabalhadores pedem reajuste
O mês de fevereiro é a data-base de motoristas e cobradores do sistema.
De acordo com a Urbs, Em um primeiro momento, os trabalhadores do sistema acenam com pedido de reajuste de 15% + inflação do período (medida pelo INPC) a partir de 1º de fevereiro, 33% de aumento no vale alimentação e mais 50% na assistência médica. Nos últimos três anos, a categoria recebeu aumentos médios de 10%.
"Se a prefeitura e a Comec acham que estamos de brincadeira, eu prometo: a greve vai durar até que a negociação seja finalizada", afirmou Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc, que representa o sindicato da categoria.
O custo com pessoal e encargos sociais equivale a quase 50% do valor da tarifa e é repassado integralmente.
Segundo o Sindimoc, o pedido mínimo de reajuste é de 12,88%, o dobro da inflação do período.
Pagamento
Confira quanto cada empresa pagou de adiantamento salarial aos motoristas e cobradores, segundo o Sindimoc
Azul Filial, 20%
São José Filial , 20%
Tamandaré Filial, 8%
Araucária Urbana, 5%
Redentor, 5% aos motoristas e 3% aos cobradores
Glória , 2%
Marechal Filial, 2%
Marechal, 2%
CCD, 2%
Sorriso, 1%
Caso recebessem totalmente os 40%, motoristas ganhariam R$ 725 e cobradores, R$ 410, segundo Sindimoc.
Intimidação O Sindimoc diz que a indignação tomou conta da categoria. No site do sindicato, fotos de trabalhadores protestando com nariz de palhaço foram publicadas. "Mande sua foto com nariz de palhaço! Mostre o que o governo, a Urbs e as empresas estão fazendo com a categoria!", conclama.
A Urbs teria reagido com rigor. Segundo os motoristas, fiscais estão ameaçando multar os trabalhadores com a justificativa de que o nariz não faz parte do uniforme. No entanto, o órgão não confirma esse fato. De acordo com a Urbs, não há ameaças aos trabalhadores: uma eventual multa seria aplicada às empresas. Além disso, a Urbs informa que não é a autora da mensagem e que está investigando de onde ela partiu. A prioridade no momento é dialogar com o governo do estado e efetuar os repasses atrasados.
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