A greve dos trabalhadores de instituições hospitalares privadas e filantrópicas entrou nesta quinta-feira (19) no segundo dia em Curitiba. Há registros, segundo o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc), de funcionários paralisados em nove hospitais: Hospital do Idoso Zilda Arns, São Vicente, Santa Casa, Cajuru, Vita Batel, Evangélico, Nossa Senhora das Graças, Hospital Pequeno Príncipe e Maternidade Nossa Senhora de Fátima. Há ainda funcionários em greve nos Centros de Atenção Psicossociais (Caps) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Matriz.
Entre os trabalhadores que aderiram à paralisação estão enfermeiros, técnicos de enfermagem, funcionários de copa e cozinha e auxiliares administrativos.
Audiência de conciliação acontece nesta quinta
Acontece a partir das 14 horas desta quinta-feira (19) uma audiência de conciliação entre a categoria e os representantes dos hospitais no Tribunal Regional do Trabalho, na capital.
O Sindipar alega que os hospitais filantrópicos sofrem com déficits financeiros históricos, que dificulta o aumento salarial reivindicado pelos trabalhadores. Em nota, o Sindipar expressa confiança de que a audiência conduza ao caminho de conciliação.
O diretor do Sindesc, Natanael Marchini, espera que a audiência possa resolver este impasse. “A gente espera uma proposta para poder discutir com a categoria”, afirma.
Reivindicações
A pauta de reivindicação do Sindesc pede a correção salarial das perdas acumuladas do período 9,8% e mais 10% de aumento real; auxílio alimentação de R$ 580 mensais, adicional de insalubridade calculado sobre o salário base de cada trabalhador, adicional noturno de 40%, adicional por tempo de serviço de 2% e manutenção das demais cláusulas sociais já conquistadas. A reposição oferecida pelo sindicato patronal é de 6%.
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O setor mais afetado corresponde aos trabalhadores contratados pela Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba (Feaes) que prestam serviço aos 12 Centros de Atenção Psicossociais (Caps) da cidade e às Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Matriz. De acordo com a assessoria de imprensa da Fundação, aproximadamente metade dos trabalhadores dos Caps não compareceram aos trabalhos na manhã desta quinta-feira (19) – situação melhor que na quarta, quando a falta de funcionários chegou a 65%.
Outra instituição que enfrenta os impactos da greve é Hospital do Idoso, em que os trabalhadores também pertencem à Feaes. O impacto da greve afetou durante esta manhã perto de 25% do funcionamento. Pelo menos duas cirurgias eletivas tiveram que ser canceladas por falta de equipe. Na UPA matriz o atendimento também está comprometido e o fluxo está mais lento. A recomendação da Fundação é que as pessoas que necessitem de atendimento médico de urgência e emergência procurem as outras UPAs da capital.
Outros hospitais
No entanto, nos demais hospitais em que há funcionários paralisados, o atendimento não está sendo muito afetado. A assessoria de imprensa da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Fehospar) e do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Sindipar) aponta que durante a manhã não foram registrados grandes transtornos ou serviços paralisados em virtude da greve nos demais principais hospitais da capital do estado. “As faltas registradas foram mínimas e ainda em apenas alguns dos estabelecimentos, não havendo prejuízo aos usuários dos serviços”, afirma em nota o Sindipar.
Os manifestantes fizeram atos nesta quinta em frente aos hospitais Evangélico e Idoso. Na Santa Casa, cerca de 80 trabalhadores protestam perto da Praça Rui Barbosa, no centro da cidade.
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