Entre os oito grupos prioritários definidos pelo Governo Federal para a campanha da vacinação contra a gripe deste ano, o conjunto composto pelas gestantes está preocupando as autoridades de saúde paranaense. Até as 16h30 desta terça-feira (23), apenas 42% das mulheres grávidas do estado – aproximadamente – haviam se imunizado, segundo dados do Ministério da Saúde (MS). O número é baixo se comparado aos demais grupos que podem buscar pela vacina, como as crianças, que no período consultado já tinham atingido a meta de 48,7%; os idosos, que já tinham 52% da sua população imunizada; e as mulheres puérperas, que, até então, já chegavam a 63,7% de vacinadas. A campanha, que terminaria nesta sexta-feira (26), foi prorrogada até o dia 30 deste mês.

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O número nacional também não está muito distante do cenário do Paraná. Às 17 horas, o "Vacinômetro" do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do MS – que contabiliza todas as vacinas aplicadas aos oito grupos prioritários atingidos pela campanha, iniciada na última segunda-feira (15), com base nas notificações já repassadas pelos municípios – apontava que somente cerca de 34% das gestantes esperadas para receber a imunização contra a gripe em todo o território brasileiro já haviam recebido a dose.

Para o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Sezifredo Paz, a baixa procura pelas vacinas por parte das mulheres grávidas no Paraná é uma situação recorrente em todas as campanhas contra a gripe realizadas até agora. Segundo ele, não há um motivo legítimo que justifique a falta de interesse no grupo em buscar a imunização, mas a falsa crença de que a vacina poderia prejudicar o bebê pode ser uma das razões.

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"Claro que há a questão do número [de gestantes esperadas para tomarem a vacina] ser superestimado, mas de fato todo o ano temos essa dificuldade. Eu não posso, categoricamente, afirmar que é pela razão do receio em relação à gestação, mas a gente sabe que tem muitas mulheres que podem avaliar dessa forma. Ao contrário do que pensam, a vacina ajuda a proteger a mãe e o bebê", explica Paz.

A infectologista do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, Paula Virginia Michelon reforça a importância da vacinação para este grupo prioritário. A médica explica que, durante a fase de gestação, o sistema imunológico das mulheres enfraquece para não afetar o bebê, por isso, torna-se mais suscetível a contrair o vírus da gripe.

"Durante a gestação, as grávidas ficam mais vulneráveis a alguns vírus, como o da influenza, da varicela, que vão facilmente para o pulmão, por causa do sistema imunológico mais fraco. A vacina serve para prevenir isso. No caso deste grupo, diminui os riscos de ter uma pneumonite [infecção respiratória causada por vírus] provocada pela influenza".

A médica ainda alerta que as mamães podem ficar tranquilas, porque a vacina não causa nenhum malefício ao bebê. "O custo benefício quando se toma a dose é muito mais benéfico do que arriscar ficar sem tomar a vacina, que é feita com um vírus totalmente inativado, que só consegue causar a produção de anticorpo", relata. Segundo ela, apesar das vantagens, é preciso estar ciente de que a vacina produzida neste ano tem um nível de proteção que atinge 80% e não previne contra os resfriados típicos desta época do ano.

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