Um grupo formado por uma professora de artes e funcionários da Escola Estadual Olavo Bilac, em Medianeira, no Oeste do estado, transformou o visual do colégio enquanto as atividades no local estão paralisadas por causa da greve dos servidores públicos da educação básica no Paraná. Em 15 dias, paredes de tom uniforme, bancos desgastados e até mesmo os vasos de plantas ganharam cores vivas e desenhos no estilo pop arte. Com um mutirão e um pouco de tinta, o conhecimento de artes passou a contar mais do que apenas com a lousa para ser transmitido aos alunos.
A professora que coordenou o trabalho é Neuza Zanette, que trabalha em seis escolas de Medianeira – quatro públicas e duas particulares. Não foi a primeira vez que ela transformou paredes e muros das escolas em que ensina em telas para suas obras de arte. Dessa vez, no entanto, ela contou com um incentivo decisivo para começar a pôr a mão na massa. “Sempre quis pintar a escola e eu estava uns 25 dias atrás [quando a greve já havia começado] olhando para aqueles bancos. Eu disse para uma das minhas colegas, que trabalham no serviços gerais: ‘tenho vontade de pintar, mas não tenho coragem.’ Então ela disse: ‘eu ajudo você’.”
A professora então comprou algumas tintas e alguns funcionários da escola também ajudaram. Pais de alunos contribuíram com um pouco e o restante foi complementado por duas lojas de tinta da cidade. “Trabalho muito a história da arte com meus alunos. Nós sempre temos projetos, exposições nas escolas em que eu trabalho. Fiz isso pensando nos estudantes. Eles vão chegar novamente na escola e ver tudo de forma diferente, entrar em um ambiente mais acolhedor e alegre”, conta.
Por telefone, Neuza usou seu tom explicativo para deixar claro uma parte do que expõe aos seus alunos cotidianamente. “O século XXI é o século das cores. Somos rodeados pela arte. A minha inspiração foi o artista Romero Britto. Ele é um dos que trabalham com textura, as cores usadas por ele são alegres. Quisemos trazer a arte para o cotidiano dos alunos, para ter um espaço ambientado que possa também ajudar no aprendizado. E é preciso reforçar, amo aquilo que faço.”
A professora usou o seu perfil no Facebook para divulgar o trabalho realizado por ela e suas colegas. Rapidamente, o conteúdo se espalhou e a maioria das pessoas elogiou a iniciativa. O sucesso foi tanto que outra escola em que ela trabalha já se colocou a disposição para receber uma intervenção parecida. “O pessoal da Escola Estadual Costa e Silva, na qual eu também trabalho, já se manifestou e vou fazer pinturas lá também. Vai ser um pouco diferente, mas a proposta é a mesma do que foi feito na Olavo Bilac”, revela a professora.
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