Os guardas municipais de Curitiba, que estão em greve desde segunda-feira (22), realizam uma nova passeata pelas ruas centrais da cidade na manhã desta quinta-feira (25). Desta vez a concentração foi na frente das escadarias do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na Praça Santos Andrade. A manifestação irá passar pelas ruas Marechal Deodoro e Marechal Floriano Peixoto em direção à prefeitura. O trânsito, mais uma vez, deve ficar lento nas ruas centrais, em razão da passeata.
Na quarta-feira (24) o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) aceitou o agravo de instrumento movido pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) e garantiu o direito à greve. No entanto, a decisão afirma que o sindicato deve manter 70% do efetivo trabalhando.
Uma decisão anterior da 3ª Vara da Fazenda Pública determinava que os guardas municipais não interrompessem a prestação de serviços e que mantivessem 100% do efetivo trabalhando. "A decisão [do Tribunal de Justiça] mostrou que a greve é legal", disse Irene Rodrigues dos Santos, secretária de assuntos jurídicos do Sismuc.
Apesar da decisão da Justiça de que 70% do efetivo de guardas volte ao trabalho, era grande o movimento de guardas municipais durante a passeata desta quinta. Durante a tarde a categoria irá fazer uma assembleia para definir com irá cumprir a determinação judicial. "Queremos que a prefeitura volte a negociar", definiu Irene.
A greve já causa transtornos em Curitiba. Na quarta-feira, dos 26 Armazéns da Família, pelo menos 20 não abriram suas portas, segundo a prefeitura. Cerca de mil pessoas por dia fazem suas compras nos estabelecimentos mantidos pelo município. A segurança a postos de saúde e escolas também teria sido prejudicada, de acordo com a prefeitura. Se a paralisação continuar, a prefeitura cogita a possibilidade de contratar uma empresa especializada, em caráter de emergência, para garantir a segurança aos principais pontos.
Reivindicações
Os guardas municipais reivindicam piso-salarial de R$ 1,3 mil, além de uma gratificação por riscos, que equivale a 50% do salário base. Na terça-feira (23), o prefeito Beto Richa ofereceu à categoria reajuste salarial de 8%, que elevaria os salários da categoria de R$ 710 para cerca de R$ 767. A prefeitura argumenta que a proposta é boa e adequada às possibilidades orçamentárias do município. Somada à gratificação, os vencimentos dos guardas chegariam a R$ 1,3 mil.