O Hospital de Clínicas (HC), em Curitiba, atua com uma defasagem mensal de 40% para manter atividades de assistência à saúde e ensino. O maior hospital público do Paraná recebe um total R$ 8 milhões por mês para custear essas atividades. Atualmente, segundo a direção do HC, faltam R$ 3,2 milhões mensais. Além disso, não há previsão para chamar os 1,2 mil servidores via Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) aprovados em concurso público.
O hospital, que atende mais de 1 milhão de pessoas anualmente, tem como única fonte de receita permanente para prestação de serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS) à população o contrato com a Secretaria de Saúde de Curitiba. O valor do déficit não inclui os custos com a folha de pagamento dos trabalhadores, que são custeados pelo Ministério da Educação - exceto trabalhadores terceirizados pela Funpar.
Campanha
Diante das dificuldades financeiras e da estagnação de orçamentos, está previsto para o dia 20 de maio está previsto o lançamento de uma grande campanha para auxílio financeiro ao HC. A iniciativa é da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que é mantenedora da instituição.
“O orçamento do hospital se mantém estagnado há vários anos. Além disso temos o fato de muitas medicações serem importadas e terem seus preços atrelados ao dólar”, explica a direção hospitalar, via assessoria de imprensa.
Soma-se à crise financeira, a dificuldade em colocar 100% da capacidade do HC em funcionamento. Dos 570 leitos que podem ser reabertos no hospital, caso os demais servidores da Ebserh sejam nomeados, apenas 380 estão ativos. Ainda não há data para chamar os 1,2 mil trabalhadores que aguardam a convocação.
“Ainda não temos previsão de nova entrada de servidores pela Ebserh”, constata a direção do hospital. Atualmente o HC tem 3,1 mil funcionários. Desses, 416 são funcionários contratados pela Ebserh, que assumiu a administração do HC em outubro de 2014.
Leitos
Os servidores da Ebserh que já atuam no Hospital de Clínicas possibilitaram, de acordo com o HC, a abertura de 14 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulta, seis leitos de UTI Cirúrgica e 14 leitos de UTI Pediátrica e UTI Neonatal. Também foram abertas duas salas do centro cirúrgico. Há previsão para que sejam abertos, neste semestre, mais seis leitos de UTI Geral, dez de UTI Neonatal e dois de UTI Pediátrica.
Mesmo em condições financeiras adversas e com déficit de pessoal, o hospital afirma que a abertura desses leitos possibilitou aumentar os números de cirurgias e exames. De janeiro de 2013 a outubro de 2014, por exemplo, o HC registrou uma média mensal de 566 cirurgias. Com os novos servidores, foram realizados 611 procedimentos cirúrgicos por mês Na comparação com o mesmo período, o índice de exames realizados aumentou em média por mês cerca de 17%.
Falta de insumos básicos permanece como alvo de reclamação
Apear do aumento de leitos, a escassez de insumos, que já foi noticiada no começo deste ano, ainda é alvo de reclamação de funcionários que atuam no HC. Falta de medicamentos, frascos de coleta para realização de exames e material para radiografias tornaram-se uma realidade no hospital.
Em relatório realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest-PR), elaborado a partir de denúncias dos próprios servidores, há informações de que no setor de Transplante de Medula Óssea faltam medicamentos para suprimir e controlar reações imunológicas que poderiam provocar rejeição a órgãos transplantados. No Laboratório de Anatomia Patológica, faltam meios de cultura para os exames de pacientes e até mesmo frascos para o recolhimento de urina.
Já no Centro Cirúrgico falta, segundo o relatório, relaxante muscular de ação rápida utilizado para cirurgias e procedimentos de emergência. Faltam ainda os chamados “filtros de barreira” para os respiradores, que impedem a disseminação de bactérias.
Segundo a funcionária Carmem Moreira, que também integra o Sinditest, faltam até insumos básicos, como material para raio-x. “Não tem produto químico para revelar a chapa. Abriram leitos, mas não há insumos básicos. Para a realização de exames, falta material para a coleta”, afirma.
Outro lado
O Hospital de Clínicas diz que o abastecimento do HC está regularizado, mas que não existem mais estoques em cada unidade do hospital. A instituição diz que passou a trabalhar com “reposição ativa”, que consiste na recolocação dos itens à medida que vão sendo utilizados. “Este sistema visa economicidade e um abastecimento regular nas unidades. Há um significativo início de insatisfação junto ao corpo funcional devido a mudança cultura no sistema de abastecimento, por conta de não serem mais permitidos estoques nas unidades”, confirma a direção do hospital.
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